Em Salvador, Jean Wyllys diz que não se arrepende de ter cuspido em Bolsonaro
Ex-deputado cuspiu em Bolsonaro em 2016, durante votação do impeachment de Dilma
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-deputado Jean Wyllys, que está em Salvador nesta quarta-feira (19), afirmou que não se arrepende de ter cuspido no ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2016, durante votação do impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. “Eu tive uma reação que, para mim, foi digna e da qual não me arrependo”, pontuou o baiano.
A declaração do ex-deputado foi dada durante reunião na sede do PT na Bahia, em Salvador. “Bolsonaro, depois de elogiar um torturador, me atacou. Eu já vinha, de 2011 a 2016, suportando na Câmara dos Deputados uma violência e assédio que eu não tinha porque suportar, mas eu aguentei até aquele momento, quando vi um parlamentar naquela farsa, que era o impeachment contra Dilma (..), declarar o voto a um torturador”, explicou Jean Wyllys.
O baiano se referiu ao voto do então deputado federal Jair Bolsonaro, quando ele dedicou o voto a favor do impeachment de Dilma ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe dos centros de tortura e assassinato de pessoas que se opunham à ditadura militar.
“Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família e pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve. Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas, por um Brasil acima de tudo e por Deus acima de todos, o meu voto é sim”, disse Bolsonaro quando votou a favor do impeachment, em 2016.
Autoexílio
Durante a reunião em Salvador, o ex-deputado também comentou o momento em que saiu do país, em 2018. Segundo ele, o afastamento da política foi necessário devido às ameaças de morte que sofria: "Não queria repetir o destino de Marielle Franco".
Quando ainda era deputado federal pelo PSol, Jean Wyllys anunciou, em janeiro de 2019, que abandonaria o mandato no Congresso Nacional após sofrer graves ameaças de morte. Na época, o então parlamentar publicou nas redes sociais uma mensagem, agradecendo aos seguidores, e dizendo que manter-se vivo "também é uma forma de resistência".
Cargo no governo
Lula decidiu nomear Jean Wyllys para um cargo na Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), ministério com assento no Palácio do Planalto.
Jornalista e professor universitário, Wyllys deverá atuar em um cargo ligado à área de planejamento de comunicação do governo, e não de produção de conteúdo.