Em um ano, 6 milhões de pessoas começaram a trabalhar sem carteira assinada
Em outubro de 2019, cerca de 38 milhões de pessoas estavam nessa condição
Foto: Reprodução/Agência Brasil
A informalidade é a maior responsável pelo avanço do emprego no país no último ano, é o que aponta dados do emprego divulgados nesta quarta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os trabalhadores sem carteira assinada e que exercem suas atividades por conta própria ou não, possuem menos direitos e costumam ganhar menos. Tudo isso no momento em que a inflação anual do país já passa de 10%.
“Parte significativa da recuperação da ocupação deve-se ao avanço da informalidade. Em um ano, a população ocupada total expandiu em 8,5 milhões de pessoas, sendo que desse contingente 6 milhões eram trabalhadores informais”, diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
De acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), 37 milhões de pessoas trabalhavam na informalidade no trimestre encerrado em agosto.
Adriana Beringuy destaca que, apesar de bastante alto, o número de trabalhadores sem carteira era ainda maior antes da pandemia. Em outubro de 2019, 38,8 milhões de pessoas estavam nessa condição.
Em um ano, o aumento da ocupação também foi impulsionado por 1,1 milhão de novos empregados registrados. Atualmente são 31 milhões no país.
Apesar do crescimento da população ocupada no trimestre até agosto, o rendimento médio dos trabalhadores recuou 10,2% quando comparado ao mesmo trimestre de 2020, ficando em R$ 2.489. É a maior queda percentual já apurada pelo IBGE.
“A queda no rendimento está mostrando que, embora haja um maior número de pessoas ocupadas, nas diversas formas de inserção no mercado e em diversas atividades, essa população ocupada está sendo remunerada com rendimentos menores. A ocupação cresce, mas com rendimento do trabalho em queda”, analisa Adriana Beringuy.