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Política

Emendas parlamentares de R$ 53 bilhões para 2024 extrapolam orçamento de 84% dos ministérios

Montante também é 35% maior do que o que foi pago em 2023

Por Da Redação
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Emendas parlamentares de R$ 53 bilhões para 2024 extrapolam orçamento de 84% dos ministérios

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Os R$ 53 bilhões disponibilizados no Orçamento de 2024 para as emendas parlamentares é maior que a verba de 32 ministérios (ou 84%) do governo. Os valores só ficam atrás dos valores previstos para as maiores pastas: Previdência (R$ 935,2 bi), Assistência Social (R$ 282,5 bi), Saúde (R$ 231,7 bi), Educação (R$ 180,5 bi), Defesa (R$ 126 bilhões) e Trabalho (R$ 111 bi).

O montante também é 35% maior do que o que foi pago em 2023. Até o momento, os parlamentares receberam R$ 39 bilhões em emendas, incluindo restos a pagar de outros anos e que ainda não tinham sido pagos.

Desde 2015, o governo é obrigado a pagar as emendas parlamentares aprovadas no Orçamento pelo Congresso. É esse dinheiro que os deputados e senadores enviam para os seus redutos eleitorais, geralmente pagando por obras de infraestrutura.

Ao todo, o Orçamento de 2024 reservou para o Congresso Nacional:
- R$ 19 bilhões: emendas individuais dos deputados;
- R$ 5,6 bi: emendas individuais dos senadores;
- R$ 11,3 bi: emendas de bancada estadual;
- R$ 10,9 bi: emendas de comissões da Câmara;
- R$ 5,6 bi: emendas de comissões do Senado;
- R$ 163,9 mi: emendas de comissões mistas.

Além de turbinarem o valor das emendas parlamentares para o próximo ano, os deputados ainda aprovaram a obrigação de o governo seguir um cronograma de pagamento para as emendas impositivas (individuais e de bancada).

Atualmente, mesmo que tenham pagamento obrigatório, o governo é quem decide o momento que vai pagar as emendas, o que permite algum tipo de negociação durante votações no Congresso. Isso vai mudar a partir de 2024, quando será obrigatório o empenho dos valores ainda no primeiro semestre do ano.

O governo também perdeu uma vantagem na execução do Orçamento, porque os parlamentares decidiram que, caso falte recurso para as emendas impositivas, o governo deverá retirá-lo de outra área para garantir o pagamento.

O Congresso também conseguiu aumentar o valor do montante destinado ao financiamento de campanhas políticas. O Fundo Eleitoral terá limite de R$ 4,9 bilhões para os recursos a ser alocados durante as campanhas municipais de 2024 — valor 145% maior que o gasto nas eleições municipais de 2020, quando foram utilizados R$ 2 bilhões.

Veja os valores destinados aos ministérios e órgãos públicos em 2024:

Ministérios:
- Previdência: R$ 935,2 bilhões;
- Assistência Social: R$ 282,5 bilhões;
- Saúde: R$ 231,7 bilhões;
- Educação: R$ 180,5 bilhões;
- Defesa: R$ 126 bilhões;
- Trabalho: R$ 111 bilhões;
- Fazenda: R$ 33,5 bilhões;
- Justiça: R$ 22,1 bilhões;
- Cidades: R$ 18,6 bilhões
- Ciência e Tecnologia: R$ 12,8 bilhões;
- Agricultura: R$ 11,2 bilhões;
- Desenvolvimento Regional: R$ 9,3 bilhões;
- Minas e Energia: R$ 9,1 bilhões;
- Gestão: R$ 6,5 bilhões;
- Desenvolvimento Agrário: R$ 5,9 bilhões;
- Portos e Aeroportos: R$ 5,2 bilhões;
- Relações Exteriores: R$ 4,7 bilhões;
- Meio Ambiente: R$ 3,7 bilhões;
- Cultura: R$ 3,5 bilhões;
- Planejamento: R$ 3,3 bilhões;
- Indústria e Comércio: R$ 2,9 bilhões;
- Esporte: R$ 2,5 bilhões;
- Comunicações: R$ 2 bilhões;
- Turismo: R$ 2,3 bilhões;
- Povos Indígenas: R$ 873,5 milhões;
- Direitos Humanos: R$ 523,2 milhões;
- Mulheres: R$ 489,9 milhões;
- Pesca: R$ 373,5 milhões.

Outros órgãos:
- Câmara dos Deputados: R$ 8 bilhões;
- Senado Federal: R$ 5,9 bilhões;
- Advocacia-Geral da União: R$ 4,4 bilhões;
- Banco Central: R$ 4,1 bilhões;
- Presidência da República: R$ 3,3 bilhões;
- Controladoria-Geral da União: R$ 1,3 bilhões;
- Vice-Presidência da República: R$ 15,4 milhões.

Judiciário e Ministério Público:
- Justiça do Trabalho: R$ 26,9 bilhões;
- Justiça Federal: R$ 16,1 bilhões;
- Justiça Eleitoral: R$ 11,8 bilhões;
- Ministério Público da União: R$ 9,3 bilhões;
- Justiça do Distrito Federal e territórios: R$ 3,8 bilhões;
- Superior Tribunal de Justiça: R$ 2,1 bilhões;
- Supremo Tribunal Federal: R$ 897,6 milhões;
- Defensoria Pública da União: R$ 761,8 milhões;
- Justiça Militar: R$ 758,7 milhões;
- Conselho Nacional de Justiça: R$ 297,7 milhões;
- Conselho Nacional do Ministério Público: R$ 115,7 milhões.

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