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Empresa de distribuição de cilindros em Manaus acusa governo de roubar produtos para fornecer a hospitais

Sócios da empresa afirmam que autoridades os denunciaram por superfaturamento e apreenderam mercadoria

Por Da Redação
Ás

Empresa de distribuição de cilindros em Manaus acusa governo de roubar produtos para fornecer a hospitais

Foto: Reprodução/ PC-AM

Uma empresa que atua na área de distribuição de gases industriais e medicinais há mais de 20 anos em Manaus, capital do Amazonas, teve um carregamento de cerca de 40 cilindros apreendidos na última quinta-feira (14). Eles acusam o governador do Estado, Wilson Lima, de ser o mandante da ação e de apreender e desviar os equipamentos com a justificativa de que a empresa estava superfaturando com os cilindros de oxigênio.  

"Nós estamos sendo bem coagidos. Meu marido foi processado, ele é um dos sócios, e eles [os policiais] alegaram que a gente estava fazendo desvio da saúde pública e afirmaram que nós estávamos superfaturando. Mas nós temos todos os documentos e notas fiscais das compras", disse Ingrid Ravielle, sócia da Fênix Comércio, em entrevista ao Farol da Bahia. 

De acordo com ela e o empresário David, em um vídeo publicado nas redes sociais, com a alta demanda de pedido de pessoas que cuidam de familiares em casa e precisam do equipamento, a empresa passou a solicitar mais de 50 cilindros por dia à Carbox, mas em menos sempre em menos de duas horas esse lote era esvaziado. "O que aconteceu é que quando a gente informava as pessoas que estavam procurando o gás que já tinha acabado, o pessoal tentou forçar os portões da empresa afim de conseguir oxigênio a qualquer custo, mesmo com a gente informando que não tinha mais", explica David. 

Como solução de segurança aos funcionários, os sócios decidiram não parar o caminhão com o novo lote na frente da empresa e optaram por estacionar em uma rua próxima do estabelecimento, onde a cada compra tirava o cilindro e entregava ao cliente na porta da loja. "O nosso medo maior era de que as pessoas saqueassem o produto, por isso que estacionamos em um local mais tranquilo", justificam. 

"Uma pessoa filmou a nossa ação e divulgou como se nós estivéssemos desviando cilindros de hospitais e vendendo para as pessoas com poder aquisitivo alto. Isso é mentira. Nós temos autorização para atuar como empresa, temos notas fiscais de tudo que compramos", contam. 

Eles afirmam que os funcionários da empresa foram conduzidos até a delegacia e as autoridades alegaram as irregularidades e o acusaram de desviarem os produtos da saúde com o objetivo de superfaturar, mas mesmo com a comprovação de compra dos cilindros, por meio de contratos e notas fiscais, os policiais apreenderam os equipamentos. 

"Eles estavam decididos a levarem os cilindros porque a situação estava complicada para o lado deles, já que não tinha cilindros nos hospitais, todo mundo estava morrendo. Eles precisavam e roubaram nossos produtos e destinaram para a rede pública porque estavam em colapso", ressalta Ingrid. 

Os sócios da Fênix Comércio acreditam que toda a acusação da polícia é "jogada política", pois o governo do Amazonas deve R$ 52 milhões a fábrica White Martins, e que por causa desse débito não está atendendo a população. "Eles estão usando da força policial para denegrir a imagem das empresas e colocar a população contra a gente. Mas, o verdadeiro vilão é o governo", explicam. 

Ao Farol da Bahia, Ingrid disse que após a apreensão dos equipamentos, a polícia só devolveu algumas poucas unidades do produto e que os demais não tiveram o destino informado. Além de que a empresa permanece fechada, sem atendimento a novos clientes. "Acontece que a polícia não para de passar na frente da nossa casa porque a família inteira mora em cima da loja. [Não abrimos ainda] porque nos sentimos coagidos e com medo de que aconteça novamente uma apreensão ilegal."

"Eles não nos explicam nada, o secretário da Justiça só chegou no local e disse que ia levar a mercadoria. Eles simplesmente pegaram os equipamentos, colocaram dentro do carro do Grupo Fera e foram distribuindo pelos hospitais, mas a gente não sabe quais. Recebemos a informação sobre o paradeiro de alguns, que foi os que conseguimos recuperar", disse.  

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