Empresa de Renato Cariani é suspeita de desviar substâncias para gerar cerca de 15 toneladas de crack
Operação Hinsberg revela esquema de tráfico de drogas envolvendo desvio de produtos químicos
Foto: Reprodução/Instagram
O influenciador fitness Renato Cariani foi alvo de operação policial deflagrada nesta terça-feira (12) pela Polícia Federal. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema que desviou, ao longo de seis anos, aproximadamente 12 toneladas de produtos químicos, capazes de gerar cerca de 15 toneladas de crack para o mercado ilegal de entorpecentes.
Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, informou que os desvios ocorridos resultaram na introdução de aproximadamente 15 toneladas de crack no mercado de consumo de drogas ilícitas.
Na ação, a mansão de Cariani foi alvo de busca e apreensão. A operação, chamada de Hinsberg, visava desmantelar um esquema de tráfico de drogas e desvio de substâncias químicas essenciais na produção de crack.
O delegado Vitor Beppu Vivaldi explicou que, embora tenham sido solicitadas, a Justiça negou as prisões preventivas do influenciador e outras três pessoas supostamente envolvidas no esquema. Vivaldi ressaltou que foram confirmadas 60 notas emitidas de forma fraudulenta durante o período investigado. De acordo com Vivaldi, a operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão em endereços localizados nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
O esquema envolvia a empresa Anidrol, que emitia notas fraudulentas em nome de multinacionais, indicando falsas compras de substâncias utilizadas na fabricação de entorpecentes. Entre 2014 e 2020, foram registradas 60 notas fiscais fraudulentas por parte da Anidrol e sua filial.
"A investigação teve início com a detecção de depósitos em dinheiro vivo feitos para multinacionais farmacêuticas, as quais negaram qualquer relação com as transações ou com os supostos funcionários", afirmou o delegado.
Galli acrescentou que essa estratégia visa dificultar a fiscalização policial, uma vez que as notas, emitidas em nome de grandes empresas, tinham mais chances de passar despercebidas devido ao volume de transações realizadas por estas multinacionais.
A PF ressaltou que as multinacionais envolvidas nunca mantiveram contrato ou vínculo empregatício com os suspeitos. Entre as substâncias desviadas estavam lidocaína, fenacetina, manitol, ácido sulfúrico, éter etílico e acetona, todas utilizadas na produção ou refino de crack, mas também com aplicações lícitas.