Empresa gestora de hospitais de campanha é alvo da Lava Jato
Organização Social Iabas já recebeu ao menos R$ 256,5 milhões
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
A Organização Social (OS) Iabas está sendo investigada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro por ter recebido cerca de R$ 256,5 milhões pela implantação e gestão de hospitais de campanha criados para atendimento de vítimas da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Os investigadores do caso suspeitam que a organização, que é liderada pelo empresário Mario Peixoto, preso na última quinta-feira (14), tenha corrompido agentes públicos para desviar os recursos através do contrato.
O valor pago consta em documento enviado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) ao Ministério Público do Rio (MP-RJ), que também apura os supostos desvios de verbas em contratação para prevenção da pandemia de coronavírus.
Três dos sete hospitais de campanha que estão no contrato com a Iabas estão funcionando, mas o valor pago à OS, no valor de quase R$ 70 milhões foram depositados antes do início dos serviços.
Na decisão que determinou a prisão do empresário Mario Peixoto, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, disse que há indícios de fraude na contratação da Iabas para a construção e operação de sete hospitais de campanha em todo o estado.
"A autoridade policial assinala que a recente contratação do governo do Estado do Rio de Janeiro da Organização Social IABAS para a administração de hospital de campanha para tratamento de infectados pelo Covid-19 (cerca de R$ 850 milhões) também teria relação com Mario Peixoto, apesar de não constar qualquer vínculo com ele no quadro social da citada pessoa jurídica", aponta Bretas.