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Política

Empresário baiano é citado em inquérito sobre vendas ilegais de joias por Bolsonaro

Estevão Avillez é casado com a irmã de Mauro Cid e aparece 15 vezes no documento

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Empresário baiano é citado em inquérito sobre vendas ilegais de joias por Bolsonaro

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O empresário baiano Estevão de Borba Avillez foi citado no inquérito das joias, que investiga a negociação ilegal de bens de luxo pertencentes à Presidência da República. Esses bens teriam sido vendidos e os valores desviados para o patrimônio pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo informações da coluna Metropolítica, do Metro1.

Atualmente, Avillez reside em Ontário, no Canadá, mas tem como endereço declarado no Brasil um apartamento no Conjunto dos Bancários, na rua Elisário Silveira Andrade, no bairro Stiep, Salvador. Ele é cunhado do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema de venda de joias e relógios de alto valor oferecidos como presentes ao Brasil pelo governo da Arábia Saudita.

O nome de Estevão Avillez aparece 15 vezes nas mais de duas mil páginas do inquérito. Um trecho do relatório da Polícia Federal, cujo sigilo foi retirado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início deste mês, inclui cinco folhas de papel escritas à mão, apreendidas na casa do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, em Niterói, Rio de Janeiro. No documento manuscrito, consta o endereço residencial de Avillez no Canadá como destino de remessas não identificadas pelos investigadores.

Entre 2014 e 2016, Estevão Avillez teve um pet shop no Stiep e esteve na lista de 73 pessoas que visitaram Mauro Cid no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, após a primeira prisão de Cid por envolvimento em fraudes de cartões de vacinação contra a Covid-19. Registros do setor de imigração do Ministério da Justiça mostram que Avillez retornou ao Canadá em 8 de agosto de 2023, coincidindo com a data em que o pai de Cid apagou todas as conversas mantidas no WhatsApp.

A Polícia Federal revelou que Avillez fazia parte do "GT Mauro Cid", um grupo de WhatsApp criado pelo tenente-coronel, que incluía dois advogados de defesa do militar, Bernardo Fenelon e Raíssa Frida Isac. O relatório não inclui Avillez na lista de indiciados pela venda das joias e não apresenta provas de sua participação no esquema. No entanto, a ação de ocultar provas através de diálogos mantidos com ele e apagados nos aplicativos de mensagens levantou suspeitas dos investigadores sobre seu possível envolvimento no caso.

Além disso, a escolha do empresário Flávio Santana (União Brasil) como vice na chapa do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), foi resultado de uma decisão pessoal de Cocá, que optou por alguém de extrema confiança, apesar das tensões entre União Brasil e PP em sucessões municipais.

Por fim, o Tribunal de Justiça da Bahia enfrenta um duelo entre dois desembargadores pela indicação ao cargo de ministro do STJ, cenário que tem atraído investidas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo a correição extraordinária determinada pelo corregedor Luiz Felipe Salomão e a possibilidade de intervenção no Judiciário baiano.

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