Empresário gaúcho morre sem receber indenização bilionária do Itaú Unibanco
Paulo Lerner iniciou ação há 24 anos
Foto: Reprodução
Vítima da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o empresário gaúcho Paulo Lerner, um ex-leiteiro que se tornou dono da maior empresa de transportes de malotes do Rio Grande do Sul nos anos 1990, morreu no dia 20 de janeiro deste ano, aos 78 anos, sem receber uma indenização de R$ 1,7 bilhão a R$ 2,8 bilhões do Itaú Unibanco, fruto de uma ação movida há 24 anos. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu em 2012 o direito de Lerner, que entrou com um processo contra o banco em 1998 por rescisão contratual. A Justiça, no entanto, está há dez anos tentando definir o valor da indenização. Duas perícias já foram anuladas pelo juiz responsável pelo caso, o ministro Luis Felipe Salomão.
"O Itaú Unibanco apresentou no processo todas as informações disponíveis referentes ao relacionamento que manteve com a empresa durante o período em que contratou seus serviços. O banco esclarece, ainda, que os números informados pela empresa no referido processo não condizem com a realidade", informou o banco, em nota à Folha, referindo-se aos valores em discussão.
A filha do empresário, Fabiana Lerner, 46 anos, disse à Folha que, em uma audiência de conciliação em outubro do ano passado, um dos advogados do Itaú Unibanco disse que o processo sequer estava contingenciado no balanço do banco. "Nessa audiência, que se mostrou infrutífera, meu pai, com a saúde debilitada, após passar por traqueostomia e usando uma sonda gástrica, ainda tentando se recuperar das sequelas de uma Covid severa, disse: Estou cansado", afirmou.