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Empresas criam plano para reduzir consumo de energia

Ideia era adotar as medidas a partir de julho, mas algumas empresas pontuam a necessidade de detalhar alguns pontos

Por Da Redação
Ás

Empresas criam plano para reduzir consumo de energia

Foto: Reprodução/PR

Com a possibilidade de deteriorização do nível dos reservatórios das hidrelétricas e possíveis problemas de abastecimento nos próximos meses, grandes empresas decidiram criar um programa de racionalização para evitar o colapso do sistema. A ideia surgiu após reunião com o Ministério de Minas e Energia, ocorrida no feriado de Corpus Christi, para apresentar o cenário atual e pedir ajuda aos executivos do setor.   

O plano prevê medidas para aliviar o sistema nos horários de pico, que normalmente é registrado entre às 18h e 21h. Entre as preocupações está o aumento de apagões nesses períodos, quando a carga sobe e pressiona o sistema elétrico.  

Entre os assuntos abordados na reunião, está a proposta de deslocamento da produção para outros períodos, fora dessa faixa. Outra medida seria o acionamento de geradores a diesel no horário de ponta para desafogar o sistema. Para se precaver, as empresas que podem migrar de eletricidade para o gás, uma alternativa seria usar caldeiras a gás em vez de elétricas.

De acordo com o presidente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, em entrevista ao Estadão, a adoção das medidas é voluntária e exige soluções específicas para cada empresa. 

“Estamos conversando com os associados e vendo o que dá para fazer de forma simplificada. Esse é um trabalho que tem de ser feito por empresa.” O objetivo, diz Pedrosa, é evitar que térmicas de R$ 1,5 mil o megawatt/hora (MWh) sejam despachadas, elevando o custo de todo o sistema. 

A ideia era começar a adotar as medidas abordadas a partir de julho ou agosto e, segundo o presidente  da Associação Brasileira dos Investidores em Abiape (Autoprodução de Energia), Mário Menel, ainda há  alguns pontos que precisam ser detalhados. 

"As medidas serão necessárias por quanto tempo? Como será comprovado que uma empresa reduziu o consumo em determinado horário? Como seria a compensação na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica)?”, questiona Menel.

A Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) também iniciou trabalho com propostas de racionalização para apresentar ao governo. Mas, de acordo com o presidente Venilton Tadini, o sistema elétrico hoje, mais diversificado, permite o uso de vários dispositivos para amenizar os efeitos da crise, decorrente da pior crise hidrológica dos últimos 91 anos. 

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