Empresas de capital aberto têm queda de mais de 81% nos lucros do 1º semestre

Apesar do prejuízo, especialistas dizem que resultado foi melhor do que o esperado

Por Da Redação
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Empresas de capital aberto têm queda de mais de 81% nos lucros do 1º semestre

Foto: Reprodução/Suno Research

A avaliação do impacto da pandemia no mundo dos negócios começa a ganhar, uma base mais sólida para lhe dar sustentação. Com a publicação da maior parte dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, surgiu um retrato mais fiel sobre a extensão do estrago.

De acordo com um estudo feito pela Economatica e publicado no Estadão, as companhias não financeiras de capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado.

Mesmo com o impacto dramático nos lucros, alguns analistas dizem que o resultado foi melhor do que o esperado meses atrás. “No começo de março, havia uma visão de fim do mundo e isso não parecia excesso de pessimismo”, afirma o economista Adriano Pitoli, ex-diretor de análise setorial da Tendências Consultoria e ex-chefe do Núcleo da Secretaria de Indústria e Comércio do Ministério da Economia em São Paulo.

Dados

Os ganhos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. “Foi uma queda dramática”, diz Evandro Buccini, diretor de gestão de recursos da Rio Bravo, empresa de investimentos fundada pelo economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central.

O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentes ramos de atividade, que divulgaram balanços até 21 de agosto. Como os resultados da Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam grande distorção nos dados, elas foram excluídas da amostra.

Quando essas empresas são incluídas na pesquisa, o resultado consolidado do primeiro semestre é ainda pior. O lucro de R$ 8,9 bilhões viraria um prejuízo de R$ 76,7 bilhões. Mas, mesmo sem elas na conta, o resultado mostra um quadro sombrio.

Setores

O efeito da pandemia nas empresas, porém, não foi homogêneo. Dos 20 ramos de atividade considerados no levantamento, 11 conseguiram fechar no azul e 9 conhecida no vermelho. Dois setores têm aumento de lucro em relação ao primeiro semestre de 2019, o do agronegócio e pesca, com alta de 12,9%, e o de máquinas industriais, com crescimento de 11,9%.

Entretanto, as empresas têxteis, de papel e celulose, siderúrgicas e de veículos e autopeças acusaram pesadas perdas. O setor de transporte e logística, que inclui um Gol, cujo prejuízo chegou a R$ 2 bilhões no segundo trimestre, também foi atingido severamente pela crise.

Os bancos e outras instituições, ainda conseguiram fechar o semestre com ganho líquido de R$ 16,67 bilhões, segundo a pesquisa, apesar da queda de 25,3% nos lucros antes de 2019, em razão das elevadas provisões feitas para cobrir cobrir calotes sem crédito.

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