Coronavírus

Empresas já aderem ao home office permanente

Algumas empresas entregam escritórios e enxugam o custo físico, enquanto outras ampliam o trabalho remoto até o fim do ano

Por Da Redação
Ás

Empresas já aderem ao home office permanente

Foto: Reprodução

Algumas empresas vão aderir ao home office de maneira definitiva. Uma empresa, que emprega 1.500 funcionários no país, vai entregar o imóvel do escritório carioca e estimar R$ 2 milhões por mês, para eliminar o custo fixo com aluguel, condomínio, estacionamento, copa, manutenção e recepção.

 Segundo a segundo a diretora de recursos humanos da LafargeHolcim, Juliana Andrigueto, o  teletrabalho para uma área administrativa já era adotado uma ou duas vezes por semana, mas a pandemia foi um empurrão  para que a prática fosse estendida em tempo integral nesta unidade, 

Outras empresas informaram ao Valor Econômico que estudam adotar um regime para todo o efetivo e ainda como estender a permanência do escritório em casa até o final deste ano ou 2021. Uma justificativa, em geral, é o ganho de estudo que é obtido nesse período experimental, além do corte de custos fixos com manutenção de escritórios. Uma tendência, na visão delas, é que os escritórios virem espaços para reuniões, treinamentos e não representam mais o local ou o expediente de trabalho.

O teletrabalho requer regras para que funcione com mais tranquilidade. Juliana Andrigueto afirma que algumas regras foram usadas durante a quarentena e vão agora fazer parte de um manual de conduta. 
“Estabelecemos um horário limite para marcar como reuniões, o respeito ao intervalo do almoço, uma indicação para evitar mandar mensagens de trabalho no fim de semana”, diz. 

Também passou a oferecer um auxílio no escritório doméstico de R $ 150,00. Não houve demissões, mas antecipação de férias em alguns casos. “Alguns gestores eram resistentes ao escritório em casa, mas uma experiência na pandemia fez acreditar que dá certo”, diz Juliana. A comunicação foi reforçada e incentivada entre os gestores. "Para buscar um alinhamento é preciso se comunicar", afirma. De olho na nova forma de trabalho, uma advogada Débora de Paula, 31 anos, que atua na área de conformidade e contencioso na LafargeHolcim no Rio, diz que já está programando almoços na casa dos colegas, assim como uma pandemia de passar. Como não vai mais voltar ao escritório, esse deve ser um modo de manter o papo que antes ocorre na hora do café ou no self-service.

Seu marido trabalha em uma multinacional com sede no exterior e já faz home office há um bom tempo. Agora, os dois estão dividindo o espaço e revezando no cuidado do filho de apenas um ano e meio de idade. Ela conta que quando foi tirada como coisas do escritório optou por não trazer uma cadeira. “Preferência de carro com meus livros jurídicos”, diz. Como o seu gestor já fica em outra cidade, a relação de trabalho não vai mudar e ela acredita que os clientes na pandemia já estão acostumados com a realização de videoconferências.

A CVC já tinha o plano de colocar 400 dos seus mais de 4 mil funcionários, no Brasil e no exterior, no escritório em casa este ano. Depois da experiência remota por conta da covid-19, esse número deve ser dobrado. 

“Queremos que nossos funcionários tenham mobilidade para trabalhar. Essa flexibilidade vai trazer qualidade de vida para eles, que vai economizar tempo e dinheiro e a empresa vai simplificar sua estrutura física”, diz Marcello Zappia, diretor de pessoas e gestão da CVC. 

Ele disse que com a pandemia foi possível perceber que não é preciso ficar 100% do tempo no escritório. “Acreditar no modelo em que existe um contato olho em olho, e uma parte ser fisicamente necessária para manter a criatividade, mas o escritório será um lugar de debate e gestão do conhecimento”, acrescentou. 

O executivo Alexandre Gama, que vendeu a agência Neogama em 2002 e não no ano passado montou a Inovnation, que já nasceu para atuar de forma 100% remota e reúne várias empresas e negócios diferentes, diz que o maior obstáculo sempre foi a mudança de mentalidade dos profissionais. 

“As oito horas de trabalho decorrente da forma não executada, o corpo diretivo tem que alinhar a métrica e o desempenho conforme os interesses da empresa”, afirma. Ele diz que no formato remoto, sua estrutura é mais horizontal, há menos formalidade, os gestores fazem a distribuição de tarefas e as pessoas se organizam para fazer o que foi solicitado da melhor maneira. Dependendo da necessidade de acionar um coworking para falar com clientes, ou marcar um café da manhã para encontrar e injetar o prazer das reuniões presidenciais. Esse modelo vai predominar depois da pandemia”.


 

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