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Entenda as eleições presidenciais dos EUA

Nas eleições presidenciais dos EUA não vence quem tem mais votos

Por Da Redação
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Entenda as eleições presidenciais dos EUA

Foto: Win McNamee/Getty Images

As eleições nos Estados Unidos vão acontecer daqui a menos de duas semanas, no dia 3 de novembro. No entanto, é apenas no dia 14 de dezembro que é oficialmente eleito o próximo presidente americano – o dia em que os “Grandes Eleitores” se reúnem.

No sistema eleitoral americano, quando os eleitores preenchem a cédula, não estão votando no candidato em sim, mas nos representantes dos Partido Republicano ou Democrata. Estes representantes são os Grandes Eleitores – e são eles quem decidem o rumo das eleições presidenciais do dia 3 de novembro. 

O número de Grandes Eleitores de cada Estado é definido consoante o seu número de representantes no Congresso Americano. Ao todo, há 538 Grandes Eleitores. Por isso, é necessária uma maioria de 270 votos para assegurar a vitória no Colégio Eleitoral e chegar à Casa Branca.

Em 2016, Trump ganhou na Florida por 1.2% dos votos, mas levou todos os 29 votos eleitorais do Estado. Por esta razão, vitórias por margens mínimas em certos Estados podem alterar o curso das eleições.

Os Grandes Eleitores são escolhidos de forma diferente entre os Estados. Normalmente, os Partidos os escolhem nas suas convenções nacionais, ou através de uma votação no comitê central do Partido. 

A distribuição desproporcional dos Grandes Eleitores

Para entender melhor, o número de Grandes Eleitores de um Estado reflete a sua população. Por exemplo, os 55 votos eleitorais da Califórnia (o Estado mais populoso do país) contrastam com os 3 votos do Wyoming (o Estado menos populoso).

No entanto, há uma representação desproporcional entre os Estados, justificada pela obrigatoriedade de cada Estado ter, pelo menos, três Grandes Eleitores. Isso leva a que um Estado como o Wyoming sejam sobre-representados, enquanto a Califórnia é sub-representada. 

De acordo com uma sondagem realizado pelo Político em 2019, 50% dos americanos prefere um sistema de eleição direta do presidente e apenas 34% defende o sistema do Colégio Eleitoral.

O presidente Donald Trump, demonstrou diferentes opiniões sobre o sistema do Colégio Eleitoral. Apesar de, em 2012, ter o chamado “um desastre para a democracia”, em 2016 disse que o sistema era “de génio” (depois de ter ganho as eleições graças ao mesmo).

Mais votos não significam uma vitória

O candidato Democrata Al Gore, em 2000, teve mais de 500 mil votos que o seu opositor Republicano George W. Bush, em nível nacional. No entanto, Bush venceu o Estado da Florida por uma margem mínima de 537 votos (num universo de 5.8 milhões de votos), o que lhe permitiu levar todos os 25 Grandes Eleitores deste Estado e vencer no Colégio Eleitoral.

O mesmo aconteceu nas eleições de 2016. Hillary Clinton teve mais 2.87 milhões de votos que Donald Trump. No entanto, o candidato do Partido Republicano garantiu 57% dos Grandes Eleitores através de vitórias em “Estados-chave”, como a Florida, o Iowa ou o Michigan.

Segundo as pesquisas para as eleições presidenciais americanas deste ano, Joe Biden está à frente. No entanto, não basta ter mais votos para assegurar a vitória contra Donald Trump, o candidato terá de garantir a maioria dos 270 Grandes Eleitores. 


 

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