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Entenda os crimes pelos quais o ex-ministro Anderson Torres pode responder

Torres foi preso neste sábado, em caráter preventivo

Por Da Redação
Ás

Entenda os crimes pelos quais o ex-ministro Anderson Torres pode responder

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso no último sábado (14). A prisão, em caráter preventivo, foi solicitada pela Polícia Federal e determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na terça-feira (10).

A prisão preventiva de Torres se deu por causa dos atos de vandalismo praticados no domingo (8), em Brasília, nas sedes dos poderes Executivo (Palácio do Planalto), Legislativo (Congresso Nacional) e Judiciário (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com o G1, as atitudes de Torres são descritas, no pedido de prisão preventiva, como "descaso" e "conivência". Além disso, Moraes afirma que não há qualquer justificativa para a omissão do então secretário de Segurança Pública

No total, são citados 8 artigos no pedido de prisão preventiva de Torres: quatro deles são do Código Penal e outros quatro são da Lei 13.260, conhecida como Lei Antiterrorismo. Veja lista de crimes citados no pedido de prisão preventiva de Anderson Torres:

Lei 13.260 de 2016 (Lei Antiterrorismo)

  • Artigo 2º: Terrorismo. Este trecho da lei define o que é terrorismo e quais atos configuram o crime. Segundo o texto, são atos realizados por razões de xenofobia, discriminação, preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando praticados com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a integridade pública. A pena para o crime de terrorismo vai de 12 a 30 anos de reclusão, além de sanções por ameaça à vida ou prática de violência.

  • Artigo 3º: Apoiar a prática do terrorismo. Este trecho determina que "promover, constituir, integrar ou prestar auxílio" a organização terrorista pode levar à reclusão de cinco a oito anos, e multa.

  • Artigo 5º: Realizar preparação para a prática do terrorismo. Segundo a lei, configuram a preparação quaisquer atos que indiquem o objetivo inequívoco de consumação do crime. A pena é aquela correspondente à do delito (de 12 a 30 anos de reclusão), reduzida entre 1/4 ou 1/2.

  • Artigo 6º: Envolver recursos, ativos, bens, direitos, valores ou serviços de maneira a planejar, preparar ou executar o crime de terrorismo. Este trecho da lei determina que é delito quando a pessoa, direta ou indiretamente, recebe, provê, oferece, obtém, guarda, mantém em depósito, solicita ou investe recursos que auxiliem na prática do crime. A pena vai de 15 a 30 anos.

Código Penal

  • Artigo 163: Destruição, inutilização ou deterioração de coisa alheia. Este trecho da lei determina ainda que constitui dano qualificado quando o delito for provocado "contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa de concessionária de serviços públicos". A pena para o dano qualificado é reclusão de seis meses a três anos, além de multa e pena correspondente à violência praticada.

  • Artigo 288: Associação criminosa. A lei estabelece que é associação criminosa qualquer grupo de três ou mais pessoas que se reúnam para o cometimento de crimes. A pena é de reclusão de um a três anos.

  • Artigo 359-L: Abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Trata-se da tentativa, com uso de violência ou ameaça grave, de abolir o Estado Democrático de Direito ao restringir ou impedir o exercício dos poderes constitucionais. A pena é a reclusão de quatro a oito anos somada àquela correspondente a atos violentos provocados simultaneamente.

  • Artigo 359-M: Golpe de Estado. Este crime é descrito como a tentativa de depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. A pena é prisão de quatro a 12 anos, além da pena correspondente à violência praticada.

Omissão

O pedido de prisão preventiva assinado por Alexandre de Moraes também destaca o papel da omissão de Anderson Torres. O texto afirma que a omissão e a conivência de autoridades da área da segurança pública e inteligência se mostraram durante os atos de domingo pela ausência do policiamento necessário, pela autorização para a entrada de mais de cem ônibus em Brasília e pela inércia para encerrar o acampamento que estava na Praça dos Cristais, à frente do Quartel-General do Exército na capital federal.

Segundo o artigo 13 do Código Penal, a omissão é penalmente relevante quando quem não age tem o dever e o poder de fazê-lo.

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