Entenda por que alguns países parecem maiores do que realmente são nos mapas
Fatores técnicos e culturais contribuem para o surgimento de deformações cartográficas
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Alguns tipos de mapas mostram certos países bem maiores do que realmente são. Especialistas em cartografia apontam que um dos motivos é a escala. Para fazer correspondências de um território em um mapa, são utilizadas escalas reduzidas, o que leva a perdas de informações.
Outro ponto que influencia a produção dos mapas é a superfície curva da Terra que – ao contrário de teorias da conspiração sem fundamentos científicos, não se ajusta a um plano. Hoje, há uma concepção consolidada de que o formato da Terra é a elipsóide, considerando que não se trata de uma esfera perfeita, devido aos seus polos achatados.
Ao longo do tempo, foram criados diferentes modelos de representação em mapas, como explica o pesquisador Vinicius Rofatto, professor do curso de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Tipos de mapa
Na transformação de uma estrutura curva para o plano, ocorre uma espécie de deformação para que haja os ajustes necessários para encaixar o objeto de estudo naquela forma proposta.
“A solução imperfeita para esse problema, já que não tem como a gente ficar livre das deformações, é desenvolver e usar um método que cause as menores distorções possíveis. Esse é o objetivo das projeções cartográficas”, diz Rofatto.
Alguns mapas são construídos para preservar a forma, mas não mantêm a área por um problema matemático. Nesse sentido, a utilização de diferentes tipos de mapas acontece de acordo com a necessidade específica. Se o objetivo for guiar a navegação, por exemplo, mapas que preservam a forma podem ser os mais indicados.
“Imagine a Terra como uma pequena bola oca e de papel. Se você achatar ela sobre uma mesa, por exemplo, possivelmente ocorrerão dobras e rasgos. Logo, as projeções da Terra sempre terão deformações, que afetam propriedades, ângulos, áreas e comprimentos, que não são possíveis de se manterem juntas”, exemplifica o professor.
Existem quatro categorias de projeções cartográficas: a conforme, que mantém a forma e ângulo; a equivalente, que preserva a área; a afilática, que não preserva nem a área nem o ângulo, mas busca amenizar ambas; e a equidistante, que preserva a distância em algumas direções, mas não em todas.