Equidade de gênero permanece distante para 99% das mulheres e meninas, aponta ONU Mulheres
Estudo identificou lacunas significativas na busca por equidade entre homens e mulheres, abrangendo 47 nações
Foto: Unicef/Mohamed Yasin
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a ONU Mulheres desenvolveram dois novos índices para mensurar as desigualdades enfrentadas por mulheres e meninas em seus processos de desenvolvimento. Os resultados, divulgados nesta quarta-feira (19), revelam que mais de 90% da população feminina mundial, cerca de 3,1 bilhões de pessoas, vivem em países com baixa ou média performance em empoderamento e paridade de gênero.
Curiosamente, mesmo em países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o estudo identificou lacunas significativas na busca por equidade entre homens e mulheres, abrangendo 47 nações.
A nova abordagem examinou 114 países e avaliou diversos fatores, como saúde, educação, trabalho, inclusão financeira, poder de decisão e violência. O Índice de Empoderamento das Mulheres (WEI, na sigla em inglês) mensura o poder e a liberdade de escolha das mulheres para aproveitar as oportunidades da vida. Enquanto isso, o Índice Global de Paridade de Gênero (GGPI) analisa a posição da mulher em relação ao homem em quatro dimensões essenciais do desenvolvimento humano.
Os resultados do WEI indicam que, em média, as mulheres estão empoderadas para atingir apenas 60% do seu potencial, enquanto o GGPI mostra que as mulheres alcançam, em média, 28% menos que os homens em todas as dimensões analisadas do desenvolvimento humano.
Além disso, a pesquisa demonstrou que uma maior paridade de gênero não garante automaticamente um alto nível de empoderamento feminino. Cerca de 8% das mulheres e meninas vivem em países onde a equidade é favorecida, mas ainda enfrentam restrições em seu poder e liberdade de escolha.