'Errei ao desligar os microfones', diz ex-operador de som da Boate Kiss

Venâncio da Silva Anschau é a 21ª pessoa a prestar depoimento no julgamento

Por Da Redação
Ás

'Errei ao desligar os microfones', diz ex-operador de som da Boate Kiss

Foto: Reprodução

O ex-técnico de sonorização Venâncio da Silva Anschau, 40 anos, reconheceu nesta terça-feira (7), durante depoimento, que errou ao desligar os microfones no momento do início do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 27 de janeiro de 2013. Na ocasião, ele estava ao lado do DJ e inicialmente não viu as chamas. O ex-integrante da banda Gurizada Fandangueira foi a 21ª pessoa a prestar depoimento no julgamento dos quatro réus acusados pelo incêndio na casa noturna, que já está no sétimo dia.

"A forma como eu vi: a banda está tocando, eu estava concentrado na tela, estava programando um efeito para a próxima música, de cabeça baixa, e a banda para de tocar. Eu reviso o equipamento e não há nada de anormal com o equipamento”, disse.

“Alguém sobe no palco, tem extintor, e eu fecho o áudio na banda, não tinha visão do que estava acontecendo. Eu não tenho dimensão, não imagino o que esteja acontecendo e eu desligo os microfones. Eu desabilitei o áudio. Errei. Quando o rapaz sobe ao palco, eu corto o áudio", afirmou o ex-funcionário da banda, que atualmente é servidor público”, completou.

Ainda durante o depoimento, ele contou que estava próximo das portas da casa noturna e que a saída dele foi fácil. À polícia ele afirmou também que, após o incêndio, não procurou atendimento médico porque não queria deixar a esposa sozinha, grávida de 40 semanas. 

O ex-funcionário contou, ainda, que chegou a procurar atendimento psicológico no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). No local, ele foi indagado por um dos sobreviventes sobre o que ele estava fazendo ali. "Eu levantei e fui embora", relatou.

Julgamento

Quatro réus são julgados por 242 homicídios simples e por 636 tentativas de assassinato. Esses números levam em conta, respectivamente, os mortos e feridos no incêndio. Devido ao tempo de duração e estrutura envolvida, o júri é considerado o maior da história do Judiciário gaúcho.
 

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