Erro de digitação faz nove candidatos virarem bilionários nas Eleições 2020
Um deles registrou um imóvel no valor de R$ 10,5 bilhões, mas o correto era R$ 1 milhão
Foto: Reprodução
Dos 548.216 brasileiros que se candidataram para um dos cargos de prefeito e vereador pelo país, 14 declararam renda de bens em mais de R$ 1 bilhão. Desses, pelo menos nove acrescentaram alguns zeros e entraram para a lista dos candidatos mais ricos no Brasil. As informações são do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base no repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral.
Entre os erros de digitação, o candidato que mais ficou rico foi Adamor Dias Bitencourt (PTB), que concorre à prefeito da cidade de Abaetetuba, no Pará, que registrou R$ 10.613.585.493,00. Mas, o que era para ser declarado como uma casa de pouco mais de R$ 1 milhão, se tornou R$ 10,5 bilhões.
Segundo a assessoria do candidato, o caso proporcionou "constrangimento" e afirmou que haverá possibilidade da correção. “Isso ocasionou um constrangimento grande para todos, devido o valor ser desproporcional e fora da realidade. Não tomamos as providências ainda devido ao atraso na conclusão do processo de candidatura. Após isso, haverá possibilidade de correção”, disse em nota.
A mesma situação se repetiu com os candidatos a vereador Carlos Gomes (PL-SP), por São João da Boa Vista (SP), e Eugênio da Rapadura (Avante-MG), por Paracatu (MG). Gomes, por meio do advogado, afirmou que o valor correto seria um pouco mais de um milhão. “O dinheiro nem é todo meu. São depósitos bancários, provenientes de levantamento processual em ações recebidas em nomes de clientes contratantes. Vou correr para arrumar”, explicou o advogado.
Já Eugênio, se declarou como proprietário de uma fazenda de 120 hectares em Paracatu (MG), onde produz rapadura com a família, de acordo com reportagem institucional da cidade. O valor, segundo consta, é bem menor do que os R$ 1,5 bilhão declarados.
O candidato Ancelmo (MDB-MA), de Açailândia, também afirmou que vai pedir ajuste no Cartório Eleitoral da cidade. “Onde consta o valor de R$ 1.700.000.000,00 , referente a um terreno, leia-se R$ 1.700.000,00, bem como onde consta R$ 1.800.000.000,00, em relação a um imóvel comercial, leia-se R$ 1.800.000,00”, esclareceu.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que as retificações poderão ser feitas pelo próprio candidato. Caso não seja feito, “o Juiz Eleitoral faz o exame do pedido do registro de candidatura e, se identificar discrepâncias no valor dos bens, poderá solicitar diligência”, explicou o órgão, em nota.