Escândalo do INSS: Paulo Guedes e Sergio Moro foram alertados sobre fraudes
Ex-ministros de Bolsonaro tiveram contato com as denúncias em 2019

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Os ex-ministros da Economia e Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes e Sergio Moro (União), receberam denúncias sobre descontos indevidos nas aposentadorias dos beneficiários do INSS. A informação foi divulgada pelo Metrópoles.
Um ofício da Secretaria de Justiça de paulista de 1º agosto de 2019 mostra que Moro foi informado sobre os descontos pelo ex-diretor executivo do Procon de São Paulo, Fernando Capez.
Na época, Capez procurou, além de Moro, o então secretário Nacional do Consumidor, Luciano Timm, e o ex-presidente do INSS Renato Vieira para levar “a sua preocupação com os descontos abusivos realizados nos benefícios dos aposentados”. Segundo a assessoria do hoje senador, depois do encontro, entidades suspeitas de fraude foram descredenciadas.
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Já Paulo Guedes teve acesso a denúncias semelhantes por meio de um requerimento de informação feito por um deputado federal. Um documento de 24 de abril de 2019, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (PT) durante a sessão da CPMI do INSS na última segunda-feira (8/9), mostra a assinatura de Guedes na resposta dada ao parlamentar pelo gabinete do então ministro.
Capez também levou consigo uma lista de 10 associações que estariam relacionadas às fraudes. Entre elas, estavam a Associação Beneficente de Auxílio Mútuo ao Servidor Público (ABAMSP), a Associação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Asbapi) e a Central Nacional de Aposentados e Pensionistas do Brasil (Centrape), que tiveram os sigilos quebrados pela CPI do INSS, na última quinta (11).
Segundo o documento, o então presidente do INSS se comprometeu com o Procon de São Paulo, na época, a “retirar do cadastro todas as associações e empresas que estivessem fazendo descontos abusivos”. Seis meses depois, em janeiro de 2020, todavia, Vieira pediu demissão.
Ele havia sido indicado para o INSS por Paulo Guedes, no início da gestão Bolsonaro, e vinha sofrendo pressão para deixar o cargo. Em seu lugar, entrou o então secretário de Previdência, Leonardo Rolim.