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Escassez de anestésicos na Faixa de Gaza afeta cirurgias, alerta Médicos Sem Fronteiras

Crianças e mulheres estão entre os feridos que sofrem com a falta de sedativos e narcóticos

Por Da Redação
Ás

Escassez de anestésicos na Faixa de Gaza afeta cirurgias, alerta Médicos Sem Fronteiras

Foto: Unicef/Mohammad Ajjour

Em meio ao conflito em curso na Faixa de Gaza, a escassez de anestésicos está levando à realização de operações cirúrgicas sem sedação completa dos pacientes, conforme alerta da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) no último sábado (28). 

"Faltam narcóticos, faltam sedativos, faltam opioides. Fazemos muitas operações com meia dose de sedativo, o que é terrível", lamentou Léo Cans, chefe da missão da MSF nos territórios palestinos à FFP. Ele destacou que em algumas intervenções cirúrgicas, a sedação é insuficiente, e em alguns casos, chega a ser feita sem anestesia.

Cans compartilhou o relato de uma cirurgia realizada recentemente em uma criança de 10 anos, que teve que amputar metade do pé esquerdo sob semi-sedação, no corredor de um hospital lotado. A mãe e a irmã da paciente acompanharam a operação, demonstrando a precariedade da situação. Outro caso mencionado foi o de uma criança de 12 anos com 60% do corpo queimado, cujos curativos são trocados com o auxílio de paracetamol para amenizar a dor.

A situação é desesperadora para os profissionais de saúde, que se veem obrigados a tomar decisões difíceis com base na gravidade das lesões. Cans enfatizou a urgência do fim dos bombardeios e do envio de suprimentos médicos. Além da falta de anestésicos, o apagão total das comunicações na Faixa de Gaza desde sexta-feira à noite tem limitado o contato entre as equipes de saúde e os coordenadores.

O coordenador da MSF também criticou o apelo do Exército israelense para evacuação do norte e direcionamento para o sul, equiparando a um pedido para que os profissionais de saúde abandonem seus pacientes. A situação de segurança é precária em toda a região, com intensificação dos ataques inclusive no sul.

A MSF mantém cerca de 230 profissionais na Faixa de Gaza, muitos dos quais perderam suas casas e enfrentam dificuldades para encontrar água e alimentos, levantando sérias preocupações sobre a potabilidade da água na região.

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