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Espécies brasileiras característica que tornou dinossauros gigantes é analisada em pesquisa da Unicamp

Estudo inédito aponta que espécies evoluíram de forma independente do ancestral comum

Por Da Redação
Ás

Espécies brasileiras característica que tornou dinossauros gigantes é analisada em pesquisa da Unicamp

Foto: Julio Lacerda

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desvendou parte do enigma em torno dos tamanhos colossais dos dinossauros, que dominaram o planeta Terra até o fim do período Cretáceo, há 65 milhões de anos.

O pesquisador do Instituto de Geociências na Unicamp Tito Aureliano, uma característica nos ossos destes animais foi decisiva não só para que se tornassem gigantes, mas por garantir mais agilidade e adaptabilidade ao clima: os sacos aéreos.

As evidências, coletadas a partir de fósseis de três espécies de dinossauros brasileiros que estão entre os mais antigos do mundo, com cerca de 233 milhões de idade, apontam que os dinossauros evoluíram ao menos três vezes de forma independente do ancestral comum até possuírem esses ossos ocos que permitiram o gigantismo e também o voo, no caso dos pterodactylus.

A pesquisa, desenvolvida por Tito Aureliano para o doutorado na Unicamp, buscou sinais da presença de sacos aéreos (mais conhecidos como "ossos de passarinhos") espalhados entre os fósseis. Esses espaços ocos entre os ossos são os mesmos que permitem o voo de parte das aves.

Estes sacos aéreos já tinham sido encontrados em espécies de dinossauros mais desenvolvidos, como o tiranossauro e o velociraptor. O novo objetivo era saber se os descendentes já haviam nascido com tal característica ou não.

Pesquisa

Três espécies brasileiras do Período Triássico Tardio foram analisadas, por meio de tomografia computadorizada, para que fosse avaliada a disposição interna dos fósseis. Segundo o pesquisador, os ossos não apresentavam a estrutura necessária para abrigar os sacos aéreos.

Os fósseis estudados nesta pesquisa foram encontrados perto de Santa Maria (RS), entre 2011 e 2019, por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e são os mais antigos já descobertos na América Latina.

Os dinossauros que tiveram os fósseis analisados foram o Buriolestes schultzi e Pampadromaeus barberenai, que fazem parte do grupo dos sauropodomorfos, que mais tarde abrigaria os dinossauros pescoçudos e também o Gnathovorax cabreirai, um herrerasaurídeo, extinto pouco depois do período em que viveu.

A pesquisa teve o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicada na revista Scientific Reports.

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