Estados registram aumento nos casos de Covid-19, segundo boletim da FioCruz
Apenas Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam sinal de estabilidade
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continua crescendo em 23 estados das 27 unidades da Federação. Segundo o boletim InfoGripe, da FioCruz, divulgado nessa quarta-feira (13), apenas Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam sinal de estabilidade ou queda nesse período.
Os dados são referentes à Semana Epidemiológica (SE) 27, do período de 3 a 9 de julho. Tem como base nas informações do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 11 de julho.
O aumento é registrado nos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Segundo a FioCruz, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, entre 12 de junho e 9 de julho, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A, 0,1% para influenza B, 7,6% para vírus sincicial respiratório e 77,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Entre os óbitos a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,0% para influenza A, 0,1% para influenza B, 1,4% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 94,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Faixa etária
O boletim mostra que a Covid-19 segue atingindo especialmente a população adulta. Mas, houve crescimento também entre as crianças de 0 a 4 anos.Há registro também do vírus da influenza A H3N2 em diversas faixas etárias no Rio Grande do Sul.
De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, os dados laboratoriais e por faixa etária mostram que o quadro de crescimento de SRAG foi decorrente do aumento nos casos de Covid-19.
Para Gomes, a declinação nos estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste pode estar associado ao fato o processo de crescimento aconteceu mais cedo nestes locais, ainda em abril.
Nos outros estados, esse movimento se inicia com maior clareza a partir de final de maio e início de junho. "No Paraná e no Rio Grande do Sul observam-se indícios de retomada do crescimento em crianças, contrastando com o sinal de platô nos adultos, indicando que o cenário ainda é instável e exige cautela", ressalta Gomes.
Capitais
Dezenove das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Salvador (BA), São Luis (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES). Um total de 5 macrorregiões encontram-se em nível pré-epidêmico; 12 em nível epidêmico; 77 em nível alto; 23 em nível muito alto; e 1 em nível extremamente alto.