Estados têm 116 milhões de seringas e agulhas em estoque, segundo levantamento
Número não é suficiente para país obter imunização
Foto: Reprodução/ Pixabay
Secretarias estaduais de saúde dizem ter pelo menos 116 milhões de unidades de agulhas e seringas, o que, segundo os gestores, permitiria o início do plano de imunização contra a Covid-19, caso haja uma vacina aprovada.
Porém, os administradores apontam riscos de escassez ao longo do ano caso o Ministério da Saúde não realize novas compras das unidades, sendo que parte delas são de uso para outras doenças.
Os dados sobre as seringas e agulhas são parte do levantamento feito pela Folha de S.Paulo junto aos 26 estados e Distrito Federal, sendo que 19 responderam, sendo nove com dados específicos do total reservado para Covid-19 e 10 com dados gerais de estoques.
No entanto, segundo a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Uefs) e pós-doutora em epidemiologia Ethel Maciel, para que o Brasil obtenha uma proteção eficaz contra o vírus, seria necessário vacinar pelo menos 70% da população, o equivalente a 150 milhões de pessoas e 300 milhões de seringas, já que é preciso duas doses para que a proteção seja atingida.
Por meio das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Ministério da Saúde "suspendeu a compra" de seringas até que "os preços voltem à normalidade". Logo em seguida afirmou que "estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande".
Contudo, o estoque que estados e municípios tem de seringas e agulhas, segundo a Frente Nacional de Prefeitos, serve para diversos procedimentos, incluindo o Programa Nacional de Imunizações.
"A declaração do presidente Jair Bolsonaro, que demonstra contar com esses materiais adquiridos pelas cidades para dar início à vacinação contra a Covid-19, traz a preocupação por uma possível falta de insumos para o atendimento de outras necessidades de saúde", disse.