Estados Unidos deportaram 580 crianças brasileiras para o Haiti, diz ONG
Total de crianças chega a 2.300
Foto: Reprodução/Acnur
Uma denúncia da ONG HRW (Human Rights Watch), com base em dados coletados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas, aponta que os Estados Unidos deportaram para o Haiti 580 crianças nascidas no Brasil. De acordo com o texto, essas crianças são de pais haitianos que deixaram o país caribenho anos atrás "fugindo da violência, da falta de oportunidades econômicas ou das consequências de um terremoto devastador em 2010".
Atualmente, o país passa por uma turbulência política. Em julho do ano passado, o presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi assassinado a tiros. A Human Rights Watch destaca que o primeiro-ministro Claude Joseph não foi eleito, mas sim nomeado pelo presidente dois dias antes da morte dele. "O primeiro-ministro governa por decreto, sem mandato constitucional. O Parlamento deixou de funcionar e o sistema de justiça mal pode funcionar num contexto de segurança e colapsos institucionais. A impunidade para os crimes é a norma", destacou a ONG.
A denúncia aponta, ainda, que cerca de 2.300 crianças nascidas no exterior foram deportadas pelos Estados Unidos entre 19 de setembro de 2021 e 14 de fevereiro de 2022. A maior parte delas nasceu no Chile (1.600), seguida pelas brasileiras (580). Além disso, há cerca de 140 de outros países, incluindo Bahamas, Argentina, México e Venezuela.