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Estados Unidos e União Europeia acusam Putin pela morte de Alexei Navalny

Opositor russo faleceu na prisão

Por Da Redação
Ás

Estados Unidos e União Europeia acusam Putin pela morte de Alexei Navalny

Foto: Reprodução / Twitter

Os Estados Unidos e a União Europeia acusaram, nesta sexta-feira (16), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de ser responsável pela morte de Alexei Navalny. O presidente americano, Joe Biden, fez declarações incisivas, afirmando três vezes que Putin é o culpado.

O opositor de Putin estava detido na penitenciária conhecida como Lobo Polar, na Sibéria, a 60 km do Círculo Polar Ártico. Durante uma caminhada, Navalny passou mal e perdeu a consciência, conforme relatou o Serviço Penitenciário Federal russo. Os médicos tentaram reanimá-lo por 30 minutos. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Yulia Navalnaya, esposa de Navalny, expressou desconfiança em relação à morte do marido, afirmando não confiar no governo de Putin. Ela declarou que, se a notícia for verdadeira, o governo russo será responsabilizado pelo que fizeram ao país e à sua família.

O presidente Biden, em coletiva de imprensa, afirmou categoricamente que Putin é responsável pela morte de Navalny, elogiando o opositor como alguém que acreditava nos valores do seu país."Ele sabia a causa pela qual viveu e morreu", afirmou.

A União Europeia também responsabilizou o regime russo pela morte de Navalny. Charles Michel, presidente do Conselho da UE, destacou a luta do opositor pelos valores da liberdade e democracia.

Líderes mundiais, incluindo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, apontaram o governo russo como responsável pela morte de Navalny. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, exigiu que a Rússia esclareça as circunstâncias do ocorrido.

Líderes europeus, como Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, e Stephane Sejourne, ministro de Relações Exteriores da França, expressaram preocupação e consideraram a morte de Navalny como um sinal alarmante das mudanças na Rússia.

Alexei Navalny

Alexei Navalny, um ex-advogado de 47 anos, ganhou notoriedade ao denunciar casos de corrupção no governo de Vladimir Putin. Sua atuação como político liberal e principal opositor do presidente russo começou em 2010, quando liderou um movimento que levou milhares de pessoas às ruas, utilizando humor e ironia em suas críticas a Putin nas redes sociais.

Seis anos mais tarde, Navalny anunciou sua candidatura presidencial, mas a Comissão Eleitoral Central da Rússia impediu sua participação devido a uma condenação judicial. Na época, ele enfrentava diversos inquéritos e foi condenado por peculato em uma madeireira estatal, sendo considerado de forma arbitrária pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos em 2016. Além disso, ele e seu irmão Oleg foram acusados de fraudar a subsidiária russa da empresa francesa Yves Roche em 26 milhões de rublos.

Em 2018, após a proibição de sua candidatura, Navalny liderou uma manifestação chamada "greve de eleitores" em toda a Rússia contra a reeleição de Vladimir Putin para o quarto mandato.

Em 2019, enquanto cumpria pena de prisão por participar de um protesto eleitoral, Navalny foi hospitalizado com uma doença inicialmente atribuída a uma reação alérgica pelas autoridades, mas suspeitas de envenenamento surgiram. Em agosto de 2020, durante um voo da Sibéria para Moscou, ele ficou gravemente doente, desmaiando no corredor do avião. O pouso de emergência em Omsk resultou em dois dias de hospitalização, enquanto apoiadores pleiteavam sua transferência para tratamento na Alemanha.

A tentativa de envenenamento com uma substância semelhante àquela que quase matou o ex-espião russo Sergei Skripal em 2018 levou Navalny a um coma induzido. Após semanas de recuperação e reabilitação na Alemanha, ele retornou à Rússia em janeiro de 2021, sendo imediatamente detido ao desembarcar.

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