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"Estão politizando um tema muito sério", diz montadoras ao rebaterem Bolsonaro sobre saída da Ford

Bolsonaro disse que: "Ford não disse a verdade, querem subsídios"

Por Da Redação
Ás

"Estão politizando um tema muito sério", diz montadoras ao rebaterem Bolsonaro sobre saída da Ford

Foto: Agência Brasil

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou nesta quarta-feira (13), que o setor não defende novos subsídios e criticou a politização do anúncio do fechamento da Ford no Brasil. "Estão politizando um tema muito sério", disse Moraes. Na última terça-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que  a "Ford não disse a verdade, querem subsídios".

"A gente não quer subsídios, quer competitividade. Estamos há anos mostrando medidas que precisam ser feitas para melhorar a competitividade no Brasil", afirmou Moraes, que antes havia citado todos os alertas que a Anfavea fez desde abril de 2019, pedindo reforma tributária, mostrando comparativos que indicam que o custo de produzir no Brasil é, por exemplo, 18% maior que no México.

Além disso, Moraes afirmou que não há excesso de subsídios do setor no Brasil. Ele contou que o país teve o Inovar-Auto, que permitia às empresas creditar 30% do investimento em pesquisa e desenvolvimento, que foi substituído pelo Rota 2030, que reduziu este percentual para 12,5% e será compensado apenas para as montadoras que deem lucro. Ele afirma que estes incentivos geraram carros 12% mais eficientes, o que significou uma redução de R$7 bilhões anuais de custo de combustíveis dos consumidores, além da redução do impacto ambiental dos carros. Moraes afirma ainda que benefícios à inovação existem em países como Alemanha ou Estados Unidos, embora com outros formatos. 

Na ocasião, o presidente da Anfavea ainda comparou os incentivos fiscais à Black Friday no Brasil: os impostos no Brasil são tão elevados que eventuais "subsídios" apenas trazem os tributos para uma taxa mais adequada. Moraes, em entrevista coletiva, afirmou que as montadoras trouxeram ao Brasil de forma líquida, descontando remessas de lucros, US$ 24 bilhões na última década.

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