Estrutura do Estado não pode ser usada como "trampolim pessoal", diz presidente da Câmara
Maia se referiu a sugestão de Toffoli do prazo de oito anos para juízes se candidatarem
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29) que a estrutura do Estado não pode ser usada como "trampolim pessoal", em referência à sugestão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de que o Congresso aprove um prazo de oito anos para que juízes e membros do Ministério Público possam se candidatar a cargos políticos.
Maia concorda com a ideia de que não se pode usar a notoriedade alcançada por conta do cargo público para se promover e que é necessário um prazo para a transição entre uma carreira de Estado e as eleições. Maia ainda adiantou que há projetos "maduros" sobre o tema e que a votação poder ser feita nos próximos meses. "Certamente com a posição do presidente do Supremo, refletimos sobre a importância", falou.
Eleições para presidência da Câmara
Rodrigo Maia ainda falou que a sucessão da presidência em fevereiro do ano que vem não é assunto para o momento e fez uma comparação, disse que em uma maratona quem sai correndo muito rápido no início nem completa a prova. Ele foi questionado por conta da saída do Democratas, partido do qual faz parte, e do PSDB do conjunto de siglas ("blocão") foi formado com objetivo de conseguir indicações para as presidências da Comissões. O movimento foi visto como parte das articulações visando a candidatura em 2021.
Maia explicou que a formação de blocos é uma estratégia de cada partido em relação ao parlamento e ao governo. "O governo vem montando uma base e mantendo um bom diálogo com outros principalmente na pauta econômica, apesar das divergências das pautas de valores", falou. Segundo ele, pautas conservadoras têm menos apelo no momento dentro da Câmara que as econômicas. "Ninguém tem poder absoluto, quem acha que tem está errado, a pauta é construída de forma coletiva", ponderou.