Estudo aponta maior risco de AVC após tratamento de infertilidade

Foram analisados dados de saúde de aproximadamente 31 milhões de pacientes que deram à luz entre 2010 e 2018

Por Da Redação
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Estudo aponta maior risco de AVC após tratamento de infertilidade

Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Pesquisadores da Escola Médica Robert Wood Johnson, nos Estados Unidos, conduziram um estudo que revelou que mulheres submetidas a tratamentos de infertilidade enfrentam um risco significativamente maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no ano seguinte ao parto, em comparação com aquelas que conceberam naturalmente. Os resultados desse estudo, considerado o maior em relação a esse tema até o momento, foram divulgados em um artigo na revista médica JAMA Network. 

O estudo analisou dados de saúde de aproximadamente 31 milhões de pacientes que deram à luz em hospitais dos Estados Unidos entre 2010 e 2018, sendo que cerca de 288 mil delas haviam passado por tratamentos de infertilidade anteriormente. Os tratamentos considerados relevantes incluíram inseminação intra-uterina, tecnologia de reprodução assistida e procedimentos de preservação da fertilidade.

Uma das descobertas mais marcantes desse estudo foi que o risco de AVC aumenta significativamente já no primeiro mês após o parto e continua a crescer nos meses seguintes. Mulheres que se submeteram a tratamentos de infertilidade apresentaram um risco duas vezes maior de AVC hemorrágico e um risco 55% maior de AVC isquêmico, quando comparadas àquelas que conceberam naturalmente.

Embora os números absolutos de hospitalizações por AVC permaneçam baixos, com 37 hospitalizações por AVC para cada 100 mil pacientes submetidas ao tratamento, os médicos enfatizam a importância do alerta e da conscientização sobre o risco. Os tratamentos de infertilidade, embora seguros, já foram associados a outros problemas de saúde durante a gravidez, como pré-eclâmpsia, parto prematuro e anomalias placentárias.

O principal autor do estudo, Cande V. Ananth, sugere que o risco pode estar relacionado a complicações vasculares após o tratamento, ao uso de quantidades substanciais de hormônio estrogênio, que pode aumentar a coagulação sanguínea, e a problemas anteriores de saúde que afetaram a capacidade de engravidar dessas mulheres.

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