Países desiguais como o Brasil devem demorar mais tempo para sair da pandemia de Covid-19
Estudo realizado pela UFMG tem como auxiliar a identificar o que está levando a expansão da doença
Foto: Reprodução/ G1
Países com grande desigualdade social, como o Brasil, estão entre os que têm mais índices de mortalidade pela Covid-19, doença do novo coronavírus, e são o que podem levar mais tempo para redução do contágio, apontou um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O levantamento utiliza ferramentas de inteligência artificial e indica variáveis que levaram a uma piora ou melhora em taxas de mortalidade nos países afetados.
De acordo com um dos pesquisadores e chefe do laboratório, Adriano Veloso, foram levantados mais de 200 indicadores de 211 países, retirados de bancos de dados oficiais, como Datasus, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), etc.
“Este modelo que a gente criou é capaz de juntar todas as variáveis, o que não é uma trivial. A gente gerou e treinou este modelo dia após dia, para ir prevendo ou predizendo a aceleração; quando o surto iria aumentar ou diminuir. Esta ferramenta ainda é capaz de reajustar automaticamente diante de um erro”, contou.
Esse modelo antecipa em até 15 dias o amento do número de mortes e os principais motivos de casa país. “A gente construiu um modelo e antecipa em até 15 dias quantos óbitos vão crescer. E, ao fazer isso, o objetivo é conseguir explicar por que a aceleração vai aumentar. A explicação vem na forma das ‘culpas’. No Brasil, o grande número de pessoas que vivem em favela e a desigualdade social são os fatores que levam a número grande de mortes”, explicou Adriano.
O objetivo é fazer com que essa ferramenta auxilie o poder público a identificar o que está levando a pandemia ser expandida ou enfraquecida, de acordo com o cenário local de cada país.