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Estudo aponta que fatores como raça e etnia da gestante podem influenciar no desenvolvimento infantil

Pesquisa destaca desigualdade em relação a filhos de mães indígenas

Por Da Redação
Ás

Estudo aponta que fatores como raça e etnia da gestante podem influenciar no desenvolvimento infantil

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Fatores como raça e etnia da gestante podem influenciar na trajetória de ganho de peso e crescimento de seus filhos, segundo um estudo publicado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). A pesquisa alerta, em especial, para maior desigualdade em relação ao desenvolvimento infantil de filhos de mulheres indígenas.

A pesquisa, que foi publicada no periódico BMC Pediatrics, constatou que filhos de mães indígenas tiveram maiores taxas de baixa estatura para a idade (26,74%) e baixo peso para a idade (5,90%). Características de magreza foram mais prevalentes entre crianças filhas de mães pardas e pretas (5,52% e 3,91%, respectivamente), indígenas (4,20%) e de descendência asiática (5,46%), em relação às crianças filhas de mulheres brancas (3,91%).

O estudo também avaliou a incidência de padrões de baixa estatura para a idade e baixo peso entre os filhos de mulheres dos diferentes grupos etnorraciais. Os resultados apontam que a taxa de prevalência destas questões foi maior entre crianças nascidas de mães indígenas (26,71% e 5,90%), seguidos por crianças de mulheres pardas (11,82% e 3,77%) e de mães com descendência asiática (10,99% e 3,64%), mães pretas (10,41 e 3,48%), e mulheres brancas (8,61% e 2,48%). 

Para Helena Benes, primeira autora do artigo, esses índices podem “ser atribuídos a uma série de fatores decorrentes do impacto persistente do racismo estrutural em nossa sociedade”.

“O racismo pode influenciar desde o acesso desigual a oportunidades de trabalho e educação até o nível de estresse enfrentado em diferentes comunidades. Enquanto medidas governamentais e de saúde pública para eliminar o racismo não forem suficientes, continuaremos a ver seus efeitos prejudiciais, inclusive no crescimento das crianças”, disse a pesquisadora.

No total, foram avaliadas as informações de 4.090.271 crianças, nascidas entre janeiro de 2003 e novembro de 2015, e que tiveram seu desenvolvimento acompanhado no período entre 2008 e 2017.

Do grupo total, formado por mais de 4 milhões de crianças, analisado nos estudos, 64,33% eram filhos de mães pardas, 30,86% de mães brancas, 3,55% de mães pretas; 0,88% de mães indígenas e 0,38% de mães com descendência asiática.

Os resultados indicam que filhos de mães indígenas apresentaram, em média, 3,3 centímetros a menos que os nascidos de mães brancas. Crianças de mães pardas também apresentaram uma média menor de altura (0,60 cm a menos), seguidos pelos nascidos de mães pretas (0.21 cm a menos) e descendentes asiáticos (0,39 cm a menos). 

Em relação ao peso das crianças, quando é feita a comparação com os filhos de mães brancas, crianças  indígenas registraram 740 gramas a menos; seguidos por filhos de mães pardas (250 gramas a menos); filhos de mães pretas apresentaram (150 gramas a menos), e de descendentes asiáticas (220 gramas a menos). 

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