Estudo explora mecanismos para entender psoríase grave e desenvolver tratamentos mais eficazes
Doença autoimune acomete mais de 125 milhões de pessoas no mundo
Foto: NYU LANGONE
A psoríase é uma doença autoimune que acomete mais de 125 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da National Psoriasis Foundation, e descobertas feitas por pesquisadores da NYU Grossman School of Medicine, nos Estados Unidos, poderão ajudar nesse sentido. A enfermidade provoca inflamações escamosas, coceitas e manchas secas na pele.
A equipe mapeou as características ocultas da inflamação, chegando a mecanismos que podem explicar o que impulsiona a gravidade da psoríase e colaborar no desenvolvimento de tratamentos e intervenções mais eficazes. Os resultados foram publicados na revista Science Immunology.
A pesquisa sugeriu que formas leves e graves de psoríase podem ser diferenciadas pela dinâmica de atividades de células do sistema imune.
"Nosso objetivo inicial era encontrar sinais moleculares mensuráveis que pudessem nos dizer quem tem maior probabilidade de desenvolver psoríase grave, bem como quem tem maior risco de desenvolver distúrbios relacionados que, geralmente, acompanham a doença, como artrite e complicações cardiovasculares", explica, Jose Scher, um dos investigadores do estudo.
Foram analisadas amostras de pele intacta de 11 pacientes, homens e mulheres, com casos leves a graves de psoríase e de três adultos saudáveis. Os resultados demonstraram, entre outras diferenciações, concentrações dos aglomerados nas partes superiores da pele acometida por quadros críticos.
Segundo Scher, embora muitas terapias, entre esteróides e drogas imonossupressoras, reduzam a inflação e os sintomas, elas não abordam as causas da doença. Os resultados, no entanto, poderão ajudar no desenvolvimento de intervenções mais personalizadas.
A equipe planeja identificar os mecanismos biológicos envolvidos na inflamação da pele em locais específicos e de que forma isso se dissemina. "Tendo encontrado sinais com possíveis consequências sistêmicas, estamos, agora, trabalhando para entender como a inflamação da pele pode levar a doenças generalizadas que afetam outros órgãos", diz Scher.
O grupo planeja também realizar pesquisas na pele, com e sem lesões, de um grupo maior de voluntários para determinar como a doença desaparece sozinha em alguns casos e por que há respostas distintas aos mesmos medicamentos anti-inflamatórios.