Estudo indica que ondas de calor podem agravar crises de asma em crianças
Visitas em hospitais por asma infantil se apresentavam 19% maiores em dias de ondas de calor extremos
Foto: Agência Brasil
Um estudo realizado por pesquisadores da UCSF (Universidade da Califórnia, São Francisco) apontou que ondas de calor extremo podem causar um aumento no número de visitas hospitalares por crianças devido a crises de asma, doença respiratória crônica caracterizada pela dificuldade de respirar, além da presença de chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida.
Para entender como as altas temperaturas podem impactar no quadro de asma, pesquisadores analisaram dados eletrônicos de saúde dos Hospitais Infantis Benioff da UCSF. Os registros analisados eram de 2017 a 2020 e incluíam dados sobre visitas hospitalares de crianças por asma, além de dados demográficos, incluindo o CEP dos pacientes.
A equipe descobriu que as ondas de calor diurnas estavam significativamente associadas a chances 19% maiores de visitas hospitalares por asma infantil. Além disso, as ondas de calor que duraram mais tempo dobraram as chances de idas ao hospital devido à crise asmática, principalmente durante o dia. Não foram observadas associações entre ondas de calor noturnas e agravo da doença.
“A nossa investigação sugere que as temperaturas mais elevadas e o aumento da duração destes dias de elevado calor estão associados ao aumento do risco de visitas hospitalares devido à asma. As crianças e as famílias com menor capacidade de adaptação sofrerão a maior parte do fardo. Portanto, é importante obter uma melhor compreensão destes riscos para a saúde associados ao calor e das populações suscetíveis para futura vigilância e intervenções direcionadas”, afirma Morgan Ye, analista de dados de pesquisa da Divisão de Medicina Pulmonar e Cuidados Críticos, da UCSF, em comunicado à imprensa.