Estudo mostra como glitter usado no carnaval contamina oceano
Além de plástico, as partículas de purpurina carregam metais
Foto: Reprodução/Pixabay
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) revela que o glitter utilizado em fantasias, adereços e maquiagem durante o carnaval está contaminando rios e oceanos. Essa situação prejudica o crescimento da planta aquática Egeria densa, também conhecida como elódea.
Além do plástico, os pesquisadores identificaram que as partículas de purpurina contêm metais, como o alumínio. De acordo com os resultados publicados no New Zealand Journal of Botany, esse metal tem o potencial de alterar a passagem de luz pela água, afetando a fotossíntese e, consequentemente, o crescimento da elódea.
A pesquisa analisou a ação do glitter por meio de ensaios de laboratório, que envolveram incubações in vitro com 400 unidades da macrófita submersa aclimatadas em água do reservatório Monjolinho, localizado na UFSCar. Foi usado no experimento glitter comum, do tipo comercial, com área de superfície média de 0,14 mm quadrados.
Quatro combinações foram testadas: macrófitas na presença de glitter (concentração de 0,04 gramas por litro) com e sem luz; e macrófitas na ausência do produto com e sem luz (grupos controle). As taxas fotossintéticas de cada grupo foram, então, analisadas usando um método conhecido como “frasco claro e escuro”, desenvolvido em 1927 e amplamente aplicado nesse tipo de estudo.