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Estudo revela que doze estados realizaram menos de dez abortos legais até junho

Levantamento foi realizado com base em dados do SUS

Por Da Redação
Ás

Estudo revela que doze estados realizaram menos de dez abortos legais até junho

Foto: Reprodução/ONU

Segundo um levantamento feito pelo G1 com base em dados do SUS (Sistema Único de Saúde). Doze estados fizeram menos de dez abortos legais ao longo de todo o primeiro semestre de 2020. Sergipe e Amapá, por exemplo, registraram, cada um, apenas um aborto legal entre os meses janeiro a junho deste ano.

Nesse período, o Brasil realizou 1.024 interrupções de gravidez previstas em lei regulamentada em 2013, a lei prevê o atendimento obrigatório e integral a pessoas em situação de violência sexual e concedeu todos os meios à gestante para interrupção da gravidez em decorrência de estupro.

Pelo texto, não é necessário que a mulher apresente boletim de ocorrência, nem que faça exame de corpo de delito. De acordo com a pesquisa Serviço de Aborto Legal no Brasil, que analisou o período de 2013 a 2015, mais de 90% dos abortos legais no país ocorrem em gestação resultante de estupro, seguido por anencefalia do feto (5%).

"Para os níveis de violência que a gente tem hoje no Brasil, que são muito, muito perversos com as mulheres, nós deveríamos ter um número muito maior de abortos legais. Não é possível que a gente tenha, depois de 80 anos de lei, um percentual tão pequeno de abortos legais em um país que é tão violento contra as mulheres", diz o obstetra Jefferson Drezett.

Na última sexta-feira (28), o Ministério da Saúde publicou uma portaria que obriga médicos a avisar polícia sobre pedidos de aborto legal por estupro. O documento inclui oferta para que a gestante veja imagens do feto, em ultrassonografia, e submete a vítima a um extenso questionário sobre o estupro, inclusive com questões a respeito do agressor. 

A portaria foi publicada em meio à polêmica gerada pelo caso da menina de 10 anos que engravidou depois de ser estuprada pelo tio de 33 anos, no Espírito Santo, onde o hospital negou-se a fazer o aborto legal e precisou viajar até o Recife (PE) para interromper a gestação. Junto com médicos, a vítima foi alvo de ataques de grupos contrários ao aborto.

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