Estudo revela que Reino Unido tem risco de sofrer segunda onda de covid-19 duas vezes maior
Surto pode surgir no próximo inverno do Hemisfério Norte
Foto: Bryn Colton/Getty Images
Uma pesquisa realizada pela University College e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, divulgada nesta terça-feira (4), aponta que o Reino Unido passará por uma segunda onda de covid-19 no próximo inverno do Hemisfério Norte. Segundo a pesquisa, será duas vezes mais ampla do que o surto inicial se reabrir as escolas sem um sistema mais eficiente de testes e rastreamentos.
Segundo o estudo, segunda onda pode ser evitada se 75% das pessoas com sintomas forem identificadas e testadas e 68% dos contatos forem rastreados, ou se 87% das pessoas com sintomas forem identificadas, e 40% dos contatos, testados.
“No entanto, também prevemos que, na ausência de uma cobertura suficientemente ampla para testagem-rastreamento-isolamento, a reabertura das escolas acompanhada da reabertura da sociedade em todos os cenários pode induzir uma segunda onda de covid-19”, destacou o estudo publicado no jornal científico The Lancet Child and Adolescent Health.
“Os resultados de nosso modelo sugerem que a completa reabertura das escolas em setembro de 2020, sem uma estratégia eficiente de testagem-rastreamento-isolamento resultaria em uma taxa R acima de 1 (em que uma pessoa infectada transmite o vírus para pelo menos mais uma pessoa) e em uma segunda onda de infecções que chegaria ao pico em dezembro de 2020 e seria 2 ou 2,3 vezes maior do que a onda original de covid-19.”
Segundo a autora principal do estudo, Jasmina Panovska-Griffiths, o sistema de testagem e rastreamento da Inglaterra estava chegando atualmente a apenas 50% dos contatos das pessoas que testaram positivo. “O importante do que descobrimos é que é possível evitar uma segunda onda da epidemia se um determinado número de pessoas com infecções sintomáticas for diagnosticada. Seus contatos podem ser rastreados e efetivamente isolados”, disse.
Escolas no Reino Unido fecharam em março, durante a quarentena nacional, exceto para crianças de trabalhadores essenciais, e reabriram para um pequeno número de alunos em junho.