Estudos sobre a cloroquina é interrompido após pacientes apresentarem efeitos colaterais
Foi relatado o aumento em sintomas de arritmia e infarto
Foto: Agência Brasil
Um estudo sobre a cloroquina realizado pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, do estado do Amazonas, e cientistas de 21 instituições foi interrompido por motivos de segurança após os pesquisadores atestarem efeitos coletarais em 81 pacientes infectados tratados com o medicamento para combater o novo coronavírus.
Segundo a pesquisa, os pacientes receberam, por dez dias, uma dose elevada da cloroquina, considerada necessária para evitar a multiplicação do vírus, e apresentaram sintomas colaterais como arritmia e o aumento no risco de um ataque fatal do coração. Ainda de acordo com o estudo, também não foram encontradas evidências consideráveis de que a alta dosagem da cloroquina reduziu significativamente a multiplicação do vírus.
Nesta segunda-feira (13), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Academia Nacional de Medicina (ANM) emitiram uma nota conjunta em que alertavam para o uso indiscriminado da cloroquina e hidroxocloroquina e desaconselharam os medicamentos para o tratamento dos pacientes infectados pelo coronavírus.
Ainda na nota, as academias disseram que "enquanto não estiverem disponíveis os resultados dos estudos clínicos que estão sendo conduzidos em todo o mundo com esses dois medicamentos, testando um número adequado de pacientes, de acordo com as melhores práticas cientificas, seus usos no tratamento de pacientes portadores da Covid-19 devem ser restritos a recomendações de especialistas com consentimento do paciente ou de sua família e cuidadoso acompanhamento médico”, informaram.
Em uma entrevista coletiva também realizada nesta segunda (13), o diretor de operações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que ainda não há “evidência empírica” o bastante que prove sua eficácia no tratamento de infecções por coronavírus". A cloroquina e a hidroxicloroquina são utilizadas para tratar doenças como malária e doenças crônicas específicas.