Etanol pode ser um ponto-chave para destravar negociação entre Brasil e EUA sobre tarifaço
No mercado de etanol, o Brasil produz a partir da cana-de-açúcar e os americanos, a partir do milho - ambos são os maiores produtores do mundo

Foto: Reprodução/JoséCruz/AgênciaBrasil
O chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, tem conversado sobre a possível redução de tarifa que o Brasil impõe ao etanol anidro importado dos Estado Unidos é tida como a demanda americana que poderia ser mais facilmente atendida pelo Brasil. O Brasil hoje importa etanol anidro em momentos em que a demanda interna é alta e a produção local não consegue atendê-la. A reclamação dos americanos é que a taxação brasileira é elevada, correspondendo a 18%.
Empresários e entidades ouvidos pelo jornal 'Globo', estão otimistas com esta conversa. Um deles afirma que o interesse norte-americano é por um eventual acordo sobre terras raras e minerais críticos para transição energética. No mercado de etanol, o Brasil produz a partir da cana-de-açúcar e os americanos, a partir do milho - ambos são os maiores produtores do mundo.
Na área de minerais, os Estados Unidos pleiteiam a garantia de fornecimento firme, se não preferencial, através de um acordo com o Brasil para a aquisição dos chamados minerais estratégicos, a exemplo de lítio e nióbio, bem como acordos envolvendo as chamadas terras-raras, um conjunto de minerais importantes para a transição energética e usados, por exemplo na fabricação de baterias, turbinas eólicas e telas de LED.
Uma possível proposta aventada por executivos é um acordo comercial setorial, ou seja, com escopo só para a mineração, a exemplo do acordo que Trump firmou com o Japão em setembro, que inclui compromissos de não impor tarifas de exportação sobre minerais críticos. Hoje, o Brasil cobra uma tarifa média de 15% à exportação de minerais usados na transição energética, segundo Barcelos.