‘Eu não assisto à Globo’, diz Bolsonaro sobre entrevista com Mandetta
Em entrevista ao Fantástico, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) comentou sobre a diferença de posicionamento do presidente
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (13) que não assiste à TV Globo, se referindo ao programa da emissora, o Fantástico, que transmitiu neste domingo (12), uma entrevista com o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
Sem citar a emissora, os jornalistas questionaram o presidente sobre a entrevista. “À toda a imprensa, eu não assisto a Globo, tá ok?”, disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro tem sido criticado por contrariar as recomendações do Ministério da Saúde, que pediu à população para ficar em casa como forma de evitar a propagação da covid-19. Ele defende a flexibilização do isolamento social, com o argumento de que é preciso evitar impactos na economia e nos empregos.
Mandetta na Globo
Em entrevista ao Fantástico, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) comentou sobre a diferença de posicionamento do presidente.
“Eu espero uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva ao brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, se escuta o presidente, quem ele escuta“, afirmou Mandetta.
Sem citar diretamente o presidente, Mandetta também chamou de “coisa equivocada” a presença de pessoas em padarias. Bolsonaro visitou, na quinta-feira (9), uma padaria da Asa Norte, em Brasília, e provocou aglomeração em frente ao local.
O ministro disse entender que o presidente se preocupa com o lado econômico da crise, mas que é preciso ter uma validação entre os diferentes jeitos de lidar com a crise e se chegar a uma fala única.
“Se eu estou ministro da Saúde, eu estou ministro da Saúde por obra de nomeação do presidente. O presidente olha muito também pelo lado da economia e chama muito a atenção o lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura, entende a educação, mas chama pelo lado de equilíbrio de proteção à vida”, declarou.
A entrevista foi concedida na sede do governo de Goiás, o Palácio das Esmeraldas, em Goiânia.