EUA queimarão milhões de contraceptivos que seriam doados para regiões em conflitos, denuncia ONG
Produtos foram adquiridos no âmbito do programa Usaids

Foto: Pixabay
Os Estados Unidos planejam queimar US$ 9,7 milhões em produtos contraceptivos femininos que seriam destinados a regiões afetadas por conflitos. A denúncia foi feita pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Após desmantelar a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), o governo de Donald EUA planeja queimar milhões de produtos contraceptivos provenientes dos contratos da agência, que foi fechada oficialmente no início deste mês.
Milhares de implantes, pílulas orais e dispositivos intrauterinos (DIUs) estão atualmente armazenados em Geel, na província belga de Antuérpia, à espera de serem enviados para a França onde serão queimados, segundo revelou o jornal The Guardian.
De acordo com a porta-voz da MSF, não há desculpa para destruir estes contraceptivos que estavam prontos para ser enviados a regiões afetadas por conflitos, particularmente atingidas pela escassez de produtos causada pelo fim do financiamento estadunidense.
A Médicos Sem Fronteiras condena ainda que os Estados Unidos vão pagar mais de US$ 167 mil dólares para destruir os contraceptivos e que tenham recusado as propostas de organizações que se ofereceram para assumir os custos do envio e de distribuição dos insumos.
Tanto as propostas da MSI Reproductive Choices como da agência das Nações Unidas responsável pela saúde sexual e reprodutiva, a UNFPA, foram rejeitadas pela administração Trump.
Segundo a Reuters, desde o regresso de Donald Trump à Casa Branca que os EUA estão a agir de acordo com uma política anti-aborto, conhecida como "Mexican City Policy", que restringe o financiamento a organizações estrangeiras que prestem serviços de acesso, defesa ou aconselhamento do aborto.