EUA retiram tropas próximas da fronteira entre Turquia e Síria
Situação reflete uma mudança de estratégia por parte dos EUA
Foto: AFP
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou nesta segunda-feira (7) que o exército do país está pronto para começar a qualquer momento operações contra milícias curdas no norte da Síria. Enquanto isso ocorre, os Estados Unidos começaram a retirar as tropas próximas a fronteira turca, abrindo caminho para uma ofensiva militar e revivendo o temor relacionado ao retorno do Estado Islâmico à região.
Nos dias atuais, as Forças Democráticas Sírias (FDS), que mantém o controle da região, afirmaram desejar a busca da estabilidade, entretanto, prometeram responder qualquer possível ataque. As Forças Democráticas Sírias, que receberam apoio da coalizão internacional liderada por Washington, lutaram durante anos contra o Estado Islâmico e conquistaram em março o último reduto (Espaço fechado usado como abrigo ou para se esconder) na Síria, em Baguz.
A situação reflete uma mudança de estratégia por parte dos EUA, que abandona os curdos, que foram os principais aliados de Washington na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico.
Limpeza de terroristas da Síria
A Turquia está deicida a "limpar" o norte da Síria de "terroristas" que ameaçam a segurança, declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu. O país classifica como "terroristas" as milícias curdas da Síria, pelos vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização que protagoniza uma guerrillha violenta no território turco desde 1984.
Aliados na Otan, Ancara e Washington concordaram em agosto com a criação da zona no norte da Síria, ao longo da fronteira turca, onde a milícia curda YPG seria considerada uma organização terrorista ligada a insurgentes curdos internos. Contudo, a Turquia acusou o Estados Unidos de se mobilizarem lentamente para criação da zona.