Ex-CEO Marcelo é acusado pela Odebrecht de chantagear a empresa

Após receber da Odebrecht R$ 240 milhões para assinar o acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF). A concordância de Marcelo Odebrecht em delatar era a condição imposta pelas autoridades para a leniência que o grupo tentava obter, ao mesmo tempo do MPF e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), e que envolvia 77 executivos.

Ao perceber a força que tinha, Marcelo escreveu um bilhete na prisão em 7 de novembro de 2016, vinte dias antes de assinar a colaboração, detalhou tudo o que a empresa deveria lhe assegurar: VGBL equivalente  seus ativos, mais metade do que perderia dos seus depósitos na Suíça; recursos para pagar a multa, já descontados impostos; compromisso de que seria ressarcido de todo patrimônio que viesse a perder em futuras ações; e até a doação dos quadros do pai, Emílio, que estavam em sua casa. O total de R$ 310 milhões era o valor em depósitos que lhe deveriam ser feitos.

De acordo com a entrevista do Valor Econômico com o novo presidente da Odebrecht S.A., Ruy Sampaio, que assumiu o cargo na última segunda-feira (16), o montante solicitado é substancialmente superior à multa que Marcelo teve de pagar às autoridades, no valor de R$ 73 milhões. O atual presidente classificou como "chantagem", o que Marcelo fez "e continua fazendo" com a empresa, em busca de "dinheiro e poder", disse Sampaio.