Casal acusado de deformar pacientes em cirurgias estética comprava produtos no Paraguai e falsificava selos da Anvisa, denuncia ex-funcionário
Homem percebeu que o produto utilizado nas cirurgias era óleo de silicone, substância proibida para fins estéticos, após suspeitar da consistência do material

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um ex-funcionário da clínica de estética dos influenciadores Paulo César Dias Gonçalves, de 44 anos, e Karine Gouveia, de 34, contou em depoimento à Polícia Civil que o óleo de silicone e a toxina botulínica usados em procedimentos estéticos na clínica eram comprados no Paraguai e não possuíam o selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O casal foi preso preventivamente no dia 12 de março deste ano, por suspeita de terem deformado pacientes em clínica de estética em Goiânia. Eles já haviam sido presos em dezembro de 2024, pelo mesmo crime, mas haviam sido soltos por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Conforme divulgado pelo ex-funcionário, ele ouviu Paulo dizer que iria até o Paraguai para "procurar o fornecedor dos produtos" e que eles não possuíam o selo da Anvisa.
O depoimento do ex-funcionário, que não teve a identidade divulgada, contradiz os argumentos da defesa de Paulo. Os advogados do influenciador informaram que a clínica nunca usou produtos que não fossem de primeira qualidade, ou que comprometessem a segurança dos clientes.
O ex-colaborador ainda informou que os rótulos dos produtos eram adulterados quando chegavam ao Brasil, e tinham o sela da Anvisa colocado de forma irregular.
O homem ainda revelou que pediu demissão da empresa após identificar que o produto usado utilizado na clínica não era ácido hialurônico. Ele contou que percebeu a irregularidade após uma das seringas estourar e o líquido cair na ficha de um paciente, formando uma mancha de óleo.
O ex-funcionário percebeu que a substância não se tratava de ácido hialurônico, pois o ácido tem consistência gelatinosa, e identificou que o produto possuía consistência oleosa, pois se tratava de óleo de silicone. Ao contrário do ácido hialurônico, o óleo de silicone é de uso proibido para fins estéticos no Brasil.
Conforme o depoimento, ao ser questionado sobre a substância utilizada nos procedimentos, Paulo não respondeu, e fez uma expressão indiferente sobre o assunto.