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Bahia

Ex-funcionários da CSN denunciam Sindicato dos Rodoviários de acusá-los de atentados a ônibus

Segundo trabalhador, um cobrador cometeu suícidio por não 'aguentar pressão das circunstâncias da vida'

Por Da Redação
Ás

Ex-funcionários da CSN denunciam Sindicato dos Rodoviários de acusá-los de atentados a ônibus

Foto: CMS/Farol da Bahia/Reprodução

Ex-funcionários da concessionária CSN acusam a diretoria do Sindicato dos Rodoviários de ter sido responsável por fornecer os nomes e endereços de trabalhadores para depor à polícia sobre os 60 ônibus que tiveram os pneus esvaziados durante manifestações em prol dos direitos trabalhistas em Salvador.

Por meio de um texto, o qual o Farol da Bahia teve acesso, a categoria julga que o sindicato deveria defendê-los e não apontar os nomes de supostos culpados. "Muito triste isso. Está na hora de haver uma união forte ao ponto de mostrar o que realmente aconteceu e de quem realmente é a culpa de tudo isso. É hora presidente tomar uma posição enérgica e definitiva para resolver essa situação capitalista e cruel que acabou com os empregos e também com as empresas que por muitos anos proporcionam nossos empregos e nosso sustento familiar", diz o trecho.

Em um outro áudio, gravado por um dos líderes dos ex-funcionários CSN, Itamar Ataídes, aponta que alguns trabalhadores falaram com ele sobre o Sindicato ter recolhido assinaturas para abrir um processo contra os responsáveis pelas manifestações para acusá-los de depredação de vandalismo de bens públicos. "Já chegou a intimação no endereço certinho de cada um. Fico besta como o Sindicato tem a competência tão grande de processar os trabalhadores", disse. 

"Chegou a intimação da prefeitura porque a prefeitura conseguiu como um passe de mágica os nomes e os endereços do pessoal que eram os "cabeças" da manifestação. Achei incrível esse setor de inteligência da prefeitura conseguir encontrar tão rápido esse pessoal. Não foi um ou dois, foram cinco ou seis", acrescentou Ataídes. 

Sindicato se defende das acusações

O Farol da Bahia entrou em contato com o presidente do sindicato, Hélio Ferreira, que pontuou que jamais entregaria os nomes e endereços dos membros da categoria, mesmo não concordando com a forma que eles protestaram. "Não é do meu perfil fazer isso, mesmo não concordando com a forma que eles fizeram, furando pneus. Eu sou a favor dos movimentos pacíficos. A gente sempre apoia e entendemos toda a situação deles. Mas esse tipo de radicalismo atrapalha a causa", disse o presidente.

De acordo com Hélio, não foi o Sindicato que entrou com o processo com eles e nem forneceu os dados dos trabalhadores. "Eu não sei, mas os boatos dizem que foi o município e os empresários. Não tenho certeza. Mas se foi isso que aconteceu, eles têm todos esses dados. A prefeitura tem todos os dados dos trabalhadores e os empresários também têm. E além desses dados, eles têm gente do setor deles que são infiltrados nessas manifestações para saber quem está fazendo isso porque ali é patrimônio deles. Nós do Sindicato só temos os nomes dos associados ao Sindicato porque nem todos são. Isso é uma acusação leviana", afirmou.

Procurados, os empresários da concessionária afirmaram que não tem nenhum interesse em prejudicar os funcionários e, segundo eles, estão tentando de todas as formas, se expondo à prefeitura, para que estes recebam o que lhe é devido.

Questionado sobre o motivo pelo qual os rodoviários atribuem os problemas à entidade, o presidente disse que as acusações são de apenas 2% dos associados e que a maioria está a favor do Sindicato. "São posições isoladas, não é a maioria. Em nenhum lugar no mundo dá para agradar todo mundo. Esses 2% que não estão contente agem de forma leviana, desonesta, de ataque. Se nós formos mover um processo, nós temos vários motivos porque as pessoas estão cometendo crime contra a entidade com acusações levianas. Mas a gente tenta resolver isso com o trabalho porque a maioria absoluta é a nosso favor", garantiu.

"Não há motivo para essas acusações. Primeiro que o Sindicato não está se negando a fazer o acordo. Fizemos e homologamos o acordo e estamos lutando para que o mesmo seja cumprido integralmente. Estamos trabalhando diariamente cobrando, fizemos manifestações pacíficas. Então, não cabe esse tipo de acusação", acrescentou.

Rodoviário comete suícidio

O Farol da Bahia também teve acesso a informações sobre o caso de um dos rodoviários que cometeu suícidio no início desta semana. Segundo o áudio de um dos colegas, a vítima "não aguentou a pressão das circunstâncias da vida" e tirou a vida. O homem era funcionário desde o tempo da BTU e quando ocorreu a licitação, em 2014, passou a trabalhar para a CSN. Informações preliminares apontam que a vítima esperava ser reaproveitada nas outras empresas, no entanto isso não ocorreu.

Ainda no áudio, o colega da vítima pede que o presidente Hélio ajude a viúva do cobrador com os custos da funerária. Ao Farol da Bahia, Hélio garantiu que o Sindicato está dando todo o apoio à família do trabalhador e que já providenciaram uma funerária para realizar o funeral do trabalhador. "Estamos à disposição para ajudar a família com qualquer coisa que esteja ao nosso alcance", afirmou.

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