Ex-ministro de Minas e Energia afirma que Petrobras seria privatizada caso Bolsonaro ganhasse eleições em 2022
Segundo Adolfo Sachsida, a desestatização já estava sendo preparada pelo governo
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O ex-ministro de Minas e Energia do governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Adolfo Sachsida, admitiu que a Petrobras seria privatizada, caso o chefe do Executivo tivesse sido reeleito nas eleições de outubro de 2022. Atualmente, Bolsonaro está inelegível até 2030. A declaração foi dada ao jornal O Estado de S.Paulo.
“Embora muita gente não acreditasse que isso fosse possível, a desestatização estava sendo preparada pelo governo”, disse o ex-ministro.
“O atual governo tem uma visão de mundo muito diferente da nossa. Quando fui ministro de Minas e Energia, sempre procurei colocar um norte muito claro para cada uma das áreas que estavam sob minha direção”, prosseguiu Sachsida.
Segundo o ex-ministro, nos setores de petróleo e gás, ele buscava "gerar competição". “Nós iríamos trazer, no espaço de um ano e meio, muita competição aos setores de petróleo e gás no Brasil”, alega.
Na entrevista, ele ainda revelou que havia diversas propostas para privatizar a Petrobras, mas que o grupo avaliana "uma maneira de fazer a privatização gerando competição nos setores de petróleo de gás".
“A gente não iria trocar um monopólio estatal por um monopólio privado. Isso iria facilitar e melhorar muito a vida dos brasileiros. No caso da PPSA (Pré-Sal Petróleo S/A), o processo já estava mais adiantado. Nós chegamos a enviar ao Congresso um projeto de lei para vender os recebíveis de trinta anos da PPSA, que era uma maneira de privatizar a empresa”. explica.
“Pelo entendimento que eu tive com ele [Bolsonaro] até o fim do governo, tinha sinal verde para tocar a privatização da Petrobrás. Tanto é que ela foi tocada. Não foi só da boca para fora. O primeiro passo foi pedir ao PPI (Programa de Parceria de Investimentos) para começar os estudos sobre a privatização e o conselho do PPI aprovou o nosso pleito”, detalha.
De acordo com Sachsida, Bolsonaro daria o apoio que ele precisasse para dar continuidade ao processo, caso ganhasse as eleições. "Só que, agora, tudo mudou. O presidente Lula determimou a exclusão da Petrobras, da PPSA e de mais seis empresas, como os Correios, a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) e o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), do PPI”. finaliza.
