Ex-namorado que ateou fogo em atleta olímpica de Uganda morre dias após se queimar no mesmo ataque
Suspeito de matar Rebecca Cheptegei invadiu a casa dela, jogou gasolina no corpo da mulher e ateou fogo
Foto: WMTRC 2021/Tailândia/Divulgação
O ex-namorado da atleta Rebecca Cheptegei, suspeito de matá-la queimada, teve a morte confirmada nesta terça-feira (10) pelo jornal The Star, do Quênia, país onde o crime aconteceu.
De acordo com a agência Reuters, Dickson Ndiema estava internado em um hospital queniano devido às queimaduras que sofreu durante o ataque que matou Rebecca.
A maratonista ugandesa disputou a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto. Ela morreu na última quinta-feira (5), quatro dias depois de ser queimada pelo suspeito. Segundo o boletim de ocorrência, Dickson Ndiema, invadiu a propriedade de Rebecca no dia 1º deste mês, quando ela estava na igreja com as filhas de 9 e 11 anos.
Quando as três retornaram da igreja, Dickon jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das filhas dela.
Rebecca teve 80% do corpo queimado. “Os ferimentos cobriam a maior parte do corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso. Considerando as queimaduras, a esperança de recuperação era pequena”, disse o médico que atendeu a vítima na Unidade de Terapia Intensiva, Kimani Mbugua.
Segundo Joseph Cheptegei, pai de Rebecca, o ataque contra a filha começou por uma disputa sobre um terreno que havia comprado. "Foi o terreno que comprou que causou os problemas", disse, antes de pedir ao governo que "cuide da sua propriedade e de seus filhos".
Feminicídios no atletismo queniano
Nos últimos anos, o atletismo no Quênia foi marcado por casos de feminicídio. Em abril de 2022, a atleta Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um polo mundialmente conhecido no mundo do atletismo que fica no Vale do Rift. Suspeita-se que o companheiro a tenha matado.
Menos de um ano antes, em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000 metros nos Mundiais de 2017 e 2019 e quarta colocada nos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, morreu depois de ter sido esfaqueada em casa, também no Iten.
O marido de Agnes, Emmanuel Ibrahim Rotich, está sendo processado pelo assassinato, mas nega as acusações.