Israel admite que "provavelmente" matou ativista americana na Cisjordânia
Eygi era voluntária da Fazaa, projeto social para apoiar e proteger os agricultores palestinos de violações de direitos
Foto: Fornecida pelo ISM da família de Eygi
As Forças de Defesa de Israel confiram nesta terça-feira (10), que o tiro na cabeça que matou a ativista americana Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, no território palestino da Cisjordânia, "muito provavelmente" partiu de militares israelenses. A morte aconteceu durante um protesto na última sexta-feira (6).
Eygi era voluntária da Fazaa, projeto social para apoiar e proteger os agricultores palestinos de violações de direitos realizados pelos colonos israelenses que dominam áreas da Cisjordânia ilegalmente e pelo Exército.
De acordo com a comunicado dos militares, a morte foi causada de forma "não intencional". Já o secretário de estado americano, Antony Blinken, condenou a ação israelense e disse que a morte da jovem americana é inaceitável.
"As forças de segurança israelenses precisam fazer algumas mudanças fundamentais na maneira como operam na Cisjordânia", afirmou Blinken durante pronunciamento em Londres.
Quando foi atingida, Eygi estava com moradores da cidade de Beita, que realizam protestos semanais após as orações de sexta-feira para pedir a remoção do assentamento israelense de Avitar, no pico do Monte Sbeih, que eles veem como uma violação de seus direitos à terra.
Fouad Nafaa, diretor do Hospital Rafidia, onde a mulher foi atendida, falou à agência de notícias Anadolu, da Turquia: "Tentamos reanimá-la, mas ela não resistiu aos ferimentos".
As operações na Cisjordânia
Em 28 de agosto, Israel começou uma ofensiva maciça no norte da Cisjordânia. O Ministério da Saúde do território relatou que Israel matou mais de 30 palestinos durante essa operação, incluindo crianças.
Ao menos seis palestinos foram mortos e outros três ficaram feridos durante bombardeios na última quinta-feira (5).
A Cisjordânia é um dos dois territórios palestinos e fica entre Israel e a Jordânia. Junto com a Faixa de Gaza, é reivindicada por palestinos para a criação de um Estado independente.
No plano inicial da ONU de partilha da região entre judeus e palestinos, a Cisjordânia faria parte do Estado Árabe. Mas Israel tomou militarmente a Cisjordânia em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e construiu na região residências para judeus, concentradas em assentamentos que a ONU e a maioria dos países do mundo consideram ilegais.