Ex-secretário do GSI afirma que ABIN não avisou sobre risco de invasões no Planalto
General Penteado depôs na CPI da Câmara Legislativa do DF sobre os eventos de 8 de janeiro
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Carlos José Russo Assumpção Penteado, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta segunda-feira (4). Ele enfatizou que não houve facilitação à invasão do Palácio do Planalto por vândalos e golpistas em 8 de janeiro, em resposta às contestações sobre a segurança no local.
O general assumiu o cargo em julho de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, permanecendo após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a convite do novo ministro Gonçalves Dias. Segundo ele, no dia 8 de janeiro, "praticamente todos" os cargos de decisão do órgão eram ocupados por remanescentes do governo Bolsonaro.
O ex-secretário do GSI afirmou que ABIN não avisou sobre risco de invasões no Planalto. Ele só foi comunicado sobre a situação após as barreiras montadas para proteger o Palácio do Planalto terem sido rompidas.
Em seu depoimento, o ex-secretário executivo explicou que o Palácio do Planalto é vulnerável, não tendo barreiras físicas que impeçam manifestantes de adentrar o estacionamento ou se aproximarem rapidamente das vidraças no primeiro piso. Ele enfatizou que não houve facilitação, pois os militares no local recuaram para retardar o avanço dos manifestantes, que estavam atacando e eram numerosos.
Penteado também mencionou que havia ao menos 133 militares no interior do Palácio do Planalto quando ele foi invadido. O Plano Escudo estava ativado, e tropas estiveram no local durante os eventos de janeiro. Ele afirmou que, se os alertas da Abin e de outros órgãos tivessem sido devidamente repassados aos responsáveis pela execução do Plano Escudo, a situação teria sido controlada.
Durante seu depoimento, Penteado destacou que os eventos de janeiro poderiam ter sido evitados se os alertas tivessem chegado a quem poderia colocar em execução o Plano Escudo. Ele enfatizou que sua presença na CPI não ocorreu devido a ineficiência do plano, mas devido à "sabotagem, desídia ou desleixo por parte dos servidores do GSI".