Ex-vice-prefeita suspeita de matar prefeito no Rio Grande do Norte é presa no Paraguai
Na mesma ação também foi detida a irmã dela, a ex-vereadora Leidiane Jácome, e outra pessoa. Ambos são suspeitos de envolvimento no crime.

Foto: Ex-vice-prefeita Damária Jácome. Créditos: Reprodução
A ex-vice-prefeita da cidade de João Dias (RN), Damária Jácome, foi presa na quinta-feira (21) no Paraguai. Ela é suspeita de mandar matar o então prefeito da cidade, Marcelo Oliveira (União Brasil), e seu pai, o ex-vereador Sandi Alves de Oliveira durante a campanha eleitoral de 2024.
Segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, junto com a vereadora foram presos também a irmã dela, ex-vereadora Leidiane Jácome, investigada pelo crime, e um terceiro suspeito que teria “desempenhando papel central no planejamento do crime" ao intermediar na contratação dos executores.
A motivação para o crime seria a disputa política e familiar que acabou gerando uma cisão.
Damária Jácome ganhou junto com Marcelo a eleição de 2020 para os cargos de vice-prefeita e prefeito, respectivamente. Ambos representavam famílias tradicionais da cidade, sendo uma liderada pelo pai do prefeito e outra pelo vereador Laete Jácome, pai da suspeita.
Porém, sete meses após tomar posse dos cargos, em 2021, Marcelo solicitou afastamento da sua função, deixando a gestão com Damária.
Em outubro de 2022, uma decisão do Tribunal de Justiça determinou o retorno imediato de político, depois dele ter afirmado que foi coagido a deixar o cargo pela própria vice-prefeita, pelo seu pai e irmãos. Em dezembro do mesmo ano, Damária e seu pai foram afastados dos seus cargos e tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça. Ambos negaram as acusações.
A partir desse momento, a família Jácome começou atribuir ao prefeito a morte de dois irmãos da suspeita, que morreram durante confronto com a polícia na Bahia, e a prisão de um terceiro. Todos tinham mandados de prisão em aberto por tráficos de drogas.
A disputa acabou com o fim da relação política e familiar entre os políticos. Marcelo e Damária acabaram concorrendo um contra o outro nas eleições de 2024, quando ocorreu o crime.
Oito pessoas foram indiciadas como executores e outras cinco como mentores intelectuais do duplo homicídio, "além de 10 pessoas já indiciadas por formação de milícia", de acordo com autoridades.
Entre os mentores intelectuais, está um pastor de 27 anos, preso em dezembro do ano passado. Ele teria auxiliado no planejamento do crime, encontrando o local para a realização da ação criminosa. A igreja evangélica do suspeito chegou a ser cogitada.
Marcelo e o pai foram mortos enquanto visitavam casas de apoiadores em 27 de agosto de 2024. Por volta das 11h, no conjunto São Geraldo, em João Dias, criminosos distribuídos em dois veículos chegaram ao local e atiraram contra os dois.