Exército suspende registro de colecionador de armas de Thiago Brennand
Empresário foi denunciado por lesão corporal e corrupção de menores após ter sido flagrado agredindo uma modelo em academia de luxo
Foto: Reprodução/Facebook
O Exército suspendeu na sexta-feira (9), o certificado de registro de CAC (caçadores, atiradores e colecionadores) de Thiago Brennand, segundo apuração do Fantástico, da TV Globo, após a polícia cumprir mandados de busca e apreensão contra o empresário em um condomínio de luxo, em Porto Feliz, interior paulista.
O empresário foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por lesão corporal e corrupção de menores após ter sido flagrado agredindo uma modelo em academia de luxo de um shopping.
Durante a busca, os agentes encontraram uma mala fechada com 54 acessórios de armas que eram usadas em fuzis e rifles. As peças foram listadas como lunetas de longo alcance, mira a laser e dispositivos de correção de mira.
"Se eles [os acessórios] foram importados ilegalmente, legalmente, tudo isso ele [Brennand] vai ter que nos esclarecer. A legislação sobre armas no nosso país é meio nebulosa. A ilegalidade nós vamos aferir a partir da perícia que vai ser feita no material", disse à reportagem o delegado Carlos Cesar Rodrigues.
Como CAC, Thiago tinha o direito de usar e transportar armas para participar de eventos. Com a suspensão da licença pelo Exército, ele está temporariamente impedido de fazer isso.
A Justiça determinou ainda que Thiago tem dez dias para voltar ao Brasil depois de ter viajado aos Emirados Árabes Unidos no início de setembro. O homem de 42 anos também está proibido pela Justiça de frequentar academias, não pode se aproximar de testemunhas e tem de entregar o seu passaporte.
Em caso de descumprimento das medidas cautelares impostas, a Justiça poderá decretar a prisão preventiva de Thiago. A defesa do empresário alega que seu cliente viajou para Dubai em voo de carreira, "sem que existisse qualquer restrição que o impedisse de se ausentar do país", que ele tem data para retorno ao Brasil, que deverá ser em outubro, e "e está à disposição de autoridades".
Violência contra modelo
A modelo Alliny Helena Gomes foi agredida pelo empresário dentro de uma academia de luxo em São Paulo e as câmeras de segurança do local flagraram o momento. Segundo a moça, Thiago Brennand se incomodou com a presença dela no local e teria iniciado uma discussão verbal pouco antes das agressões. A história teria o contexto de que a moça negou investidas amorosas feitas por ele.
"Ele estava alterado, rodeando muito, falou para eu sair de lá. Eu falei 'Eu não saio', ele falou de novo 'sai', eu falei 'não saio', eu falei mais alto e ele falou que mulher não gritava com ele", relatou Helena.
Duas outras mulheres contaram que foram perseguidas por Thiago anteriormente, logo após elas terem rejeitado outras investidas feitas por ele.
Uma das vítimas, que não se identificou, pontuou que teria feito reclamações formais à gerência da academia. "Nunca tive nenhum tipo de resposta. Ele fez mais uma ameaça, falando, inclusive, que ele não tinha medo dessa moda de direitos da mulher", reforçou ela.