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Extração ilegal de areia atinge quase R$ 20 bilhões em 2021

Estudo revelou índices de ilegalidade que chegam a 58% em todo o país

Por Da Redação, Agência Brasil
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Extração ilegal de areia atinge quase R$ 20 bilhões em 2021

Foto: Divulgação/PF

Em uma revisão inédita de um levantamento realizado para a TV Brasil em 2015, o pesquisador Luiz Fernando Ramadon revelou que a arrecadação dos fornecedores ilegais de areia atingiu quase R$ 20 bilhões em 2021, impulsionada pelo aumento do valor da areia para a construção civil. A extração ilegal de areia destinada à infraestrutura e construção civil é uma das maiores atividades de mineração no país em termos de volume, ficando atrás apenas da mineração de ferro, e pode causar impactos ambientais significativos.

A metodologia utilizada por Ramadon, que é policial federal e mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), estima a ilegalidade comparando-a com a produção anual de cimento Portland, um dos principais insumos do setor de construção civil e que possui relação direta com o consumo local de areia. As perdas fiscais estimadas por Ramadon chegam a cerca de R$ 370 milhões.

O estudo revelou índices de ilegalidade que chegam a 58% em todo o país. A região Sudeste é a que apresenta maior consumo total, atingindo 64 mil toneladas, e estima-se que 42% desse mercado seja ilegal.

No Nordeste, que é o segundo maior consumidor, a taxa de ilegalidade é ainda maior, chegando a 86%, com um consumo de 48.757 toneladas, o que representa quase um terço de toda a extração ilegal de areia no país, superando até mesmo o volume total extraído ilegalmente no Sudeste, que é estimado em 46.986 toneladas.

Todos os estados do Nordeste enfrentam problemas de ilegalidade, com destaque para o Rio Grande do Norte, onde a taxa atinge 93,67%, e o Piauí, com 91,65%. Em termos de volume, os maiores problemas estão na Bahia, onde cerca de 13 mil toneladas foram comercializadas ilegalmente, seguida pelo Ceará, com 7.500 toneladas, e Pernambuco, com 7.163 toneladas. Esse mercado ilegal movimenta até R$ 6 bilhões.
 

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