Fábio Vilas-Boas diz que primeiro lote da Sputnik V só deve ser entregue no fim de julho
Secretário da Saúde da Bahia explicou que estado tem seguido as recomendações da Anvisa
Foto: Reprodução/G1
O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou na manhã desta sexta-feira (25), ao Jornal da Manhã, da TV Bahia, que a carga com as primeiras 300 mil doses da vacina russa Sputnik V, que estava prevista para chegar ao estado no início de julho, sofreu um atraso e deve desembarcar em solo brasileiro somente no final do mês.
O gestor informou que não chegou a haver intercorrência para o atraso, mas comentou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez 29 exigências para que o imunizante possa ser liberado e está providenciando a documentação junto aos russos.
Conforme Vilas Boas, a Bahia já fez a publicação da reserva do dinheiro e garantiu que ainda este mês o imunizante chegará ao país.
“Estamos cumprindo todas as exigências. Foram 29 exigências da Anvisa. Essa documentação está sendo providenciada pelos russos. Na sexta-feira o governo da Bahia já fez a publicação da reserva do recurso para poder fazer o pagamento, cerca de 90 milhões de dólares. De fato, não foi possível no começo de julho, mas eu creio que até o final desse mês já tenhamos a vacina em solo brasileiro”, disse o secretário.
O titular da pasta também pontuou sobre uma observação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma aparente preocupação com a fabricação da vacina. Ele explicou, no entanto, que o imunizante é produzido por duas fábricas na Rússia, mas a entidade inspecionou somente uma delas.
O secretário lembrou também que outras empresas, no Brasil, já estão fabricando a Sputnik V e as doses deverão chegar oriundas de unidades vistoriadas pela OMS.
“Ela é fabricada em território russo, em duas fábricas. Uma delas já foi inspecionada pela Anvisa. A outra, não. A recomendação da Anvisa era que só viessem para cá as vacinas fabricadas naquela unidade fabril já inspecionada.
Outras fábricas já estão fabricando a Sputnik, inclusive aqui no Brasil, no Distrito Federal, pela União Química. Uma fábrica chamada Bthek. Agora, existem as pendências de certificação e inspeção. No caso do Brasil, as doses deverão vir das unidades inspecionadas”, garantiu.
A decisão pela compra da vacina russa foi definida em um consórcio organizado por governadores da região Nordeste e o anúncio que o imunizante chegaria em julho foi feito pelo governador cearense Camilo Santana (CE), no dia 15 de junho.
Os governadores da região fizeram acordo para a compra de 30 milhões de doses da Sputinik V, no entanto, os estados não poderão importar essa quantidade de vacinas, já que o uso desse imunizante foi liberado para aplicação no Brasil com restrições.
De acordo com a norma da Anvisa, cada estado vai receber o suficiente para a imunização em duas doses de 1% da população. Os estados vão poder aplicar as seguintes quantidades:
Bahia: 300 mil
Maranhão: 141 mil
Sergipe: 46 mil
Ceará: 183 mil
Pernambuco: 192 mil
Piauí: 66 mil doses
O último lote com doses de vacina que chegou à Bahia desembarcou na quinta-feira (24) - uma carga com 273,1 mil doses, sendo 92,1 mil doses são do imunizante da Janssen e 181 mil da CoronaVac.